Um Longo discurso

O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, subiu o tom das críticas em seu discurso de abertura da 32ª edição da Expoagas, ontem, em Porto Alegre. Longo foi duro ao criticar a alta carga tributária no país e a exclusão do setor supermercadista da desoneração da folha de pagamentos promovida pelo governo federal. Diante do governador gaúcho, Tarso Genro, o presidente da Agas não teve cerimônia: solicitou a redução do ICMS para bebidas à base de soja, a inclusão do suco de uva como produto da cesta básica, mais investimentos na produção de trigo e erva-mate e pediu que Tarso copiasse a União e reduzisse os impostos de produtos da cesta básica. Com a autoridade de quem preside a associação empresarial por 10 anos, Longo tem estrada, conhecimento e capacidade de interlocução para cobrar posições do governo. Mas tudo foram críticas: o empresário de Bento elogiou algumas posturas do governo federal para auxiliar o setor.

Caxias na frente

Apesar do tom conciliador aditado este ano e da intenção da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) em protagonizar as decisões, mais uma Caxias do Sul sai na frente e atropela as discussões sobre a localização do campus da UFRGS na Serra Gaúcha, já adiadas uma vez exatamente pela disputa ente as cidades da região. Agora, a proposta da Comissão Pró-Universidade Pública da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul prevê instalar a universidade federal no Campus 8 da UCS, no Bairro Forqueta. Enquanto isso, Bento permance à margem das discussões, bem diferente da postura adotada pelo governo anterior.

Com dinheiro

Se a EGR, empresa gaúcha criada para gerir as estradas pedagiadas, arrecadou R$ 27 milhões em seis meses, por que as estradas estão como estão? A pergunta soou forte aos ouvidos do presidente da estatal, Luiz Carlos Bertotto, que apresentou o balanço com uma sobra de nada menos que R$ 17 milhões. Segundo ele, a partir de agora, a empresa deverá investir 80% do que arrecadar na manutenção das rodovias. O problema é que, se sobram recursos, falta mão de obra. Um concurso está em andamento.

Mais recursos

Depois que o governo do Estado anunciou recursos para os hospitais de Caxias, o Hospital Tacchini acertou ontem um novo convênio com o governo gaúcho para finalizar as instalações do setor de oncologia da instituição, referência para a Serra Gaúcha. O governo vai repassar R$ 600 mil para a conclusão das obras. A previsão é de que o trabalho esteja pronto em um prazo de seis meses. Entre os benefícios, estará o aumento no número de consultórios, sendo 32 leitos para aplicação da quimioterapia.

Cobrança (1)

O alívio da carga tributária para micro e pequenos empresários, mais investimento em infraestutura para melhorar as rodovias serranas, a suspensão de ICMS na compra de insumos de fornecedores gaúchos destinada à produção de bens para a exportação e a criação de um incentivo fiscal para compensar a perda de competitividade causada pelos custos extras de fretes, tanto na compra de insumos e matérias primas de outros estados, quanto na distribuição dos produtos para fora do estado. Estas são as principais reivindicações que empresários e lideranças de Bento, capitaneados pelo presidente do Centro de Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC), Jordano Zanesco, entregou esta semana ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pedro Westphalen (PP). A intenção da comitiva foi cobrar o apoio do Parlamento às necessidades urgentes da Serra Gaúcha.

Cobrança (2)

Conforme adiantou a coluna, o presidente da Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICS Serra), Ademar Petry, apresentou ao governador Tarso Genro, em Caxias, o projeto para a construção de uma nova rótula no trevo de entroncamento da RSC-453 com a RSC-470, conhecido como Trevo da Telasul, hoje um dos pontos mais perigosos das rodovias serranas, que será doado ao Estado. A ladainha é antiga, mas é preciso continuar pressionando, garante Petry. Ele está certo: se o governo afirmou que não teria dinheiro para o projeto, mas se comprometeu a fazer a obra, agora, com o projeto pago pelo empresariado local, está na obrigação de cumprir a promessa.

Tensão na feira

Em pé de guerra com o governo municipal, um grupo de produtores ecológicos ignorou a polêmica transferência da feira para a praça Centenário e amanheceu com as barracas montadas para a venda de seus produtos na Marechal Floriano, onde a feira funcionava, obstruindo a rua. O movimento mostrou o aumento da tensão entre os produtores, insatisfeitos com a mudança de local e com a inércia do Executivo. Os produtores alegam uma perda de 60% nas vendas desde que deixaram a Marechal Floriano. Mesmo retirados pela Brigada Militar, os caminhões permaneceram estacionados e vendendo a produção. A mobilização surtiu resultados: os produtores conseguiram a promessa de que serão recebidos no gabinete do prefeito Guilherme Pasin na sexta-feira.

Ponto

  • Prestes a completar 100 anos, o CICBG prepara uma edição comemorativa a ser lançada em julho do ano que vem.
  • Olivropretende valorizar a experiência do empresariado de Bento através do depoimento de ex-presidentes e do acervo da entidade.
  • A tradicional lista da revista Forbes com pessoas que acumularam mais de R$ 1 bilhão em patrimônio traz nomes de peso da Serra.
  • Além do catarinense radicado em Caxias Raul Randon e dos irmãos farroupilhenses Alexandre e Pedro Grendene, a revista destaca o megainvestidor de Nova Bassano Lírio Parisotto e Paulo Bellini, fundador da Marcopolo, também de Caxias.
  • Os vereadores petistas Moacir Camerini e Valdemir Marini participam até a sexta-feira do Encontro Nacional de Vereadores, Assessores, Diretores, Procuradores, Servidores e Técnicos Legislativos Municipais, em Brasília.
  • O tema do econtro é “A Educação e o Pacto Federativo como forma de transformação da Sociedade”.
  • O governo paulista acaba de adotar uma medida que vai causar polêmica: vai aumentar a taxação das vendas de vinhos importados para pessoa jurídica de 14,23% para 27,40%.
  • A iniciativa indignou os importadores de vinho, mas, mesmo que ninguém fale abetramente, traz um alento aos produtores nacionais.
  • A RSC-470, considerada atualmente a rodovia mais mortal da Serra, registrou no fim de semana a 22ª somente neste ano. O número de vítimas fatais na estrada já é igual ao de todo o ano passado. Os meses mais violentos foram janeiro e abril, que somaram cinco mortes cada.
  • Enquanto isso, a federalização – e todo o resto – estão á espera. Até quando?