Conforme a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), rendimento menor ocasionou 157 doses a menos na cidade

Pelo menos 157 doses da vacina CoronaVac deixaram de ser aplicadas em Bento Gonçalves, em razão da quantidade insuficiente do líquido nos frascos do imunizante. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), na terça-feira, 20. Conforme a pasta, alguns frascos apresentaram rendimento menor de aplicação, sendo suficientes para apenas nove doses e não dez como estabelece o Instituto Butantan, responsável pela fabricação do imunizante no Brasil.

De acordo com as orientações recebidas pelo Programa Nacional de Vacinação (PNI), cada dose aplicada contém 0,5 mil do imunizante. Em alguns frascos, as equipes de vacinação de Bento Gonçalves conseguiram prepara apenas nove seringas com a quantidade indicada. Segundo as normas técnicas, a orientação dos órgãos competentes é que as 10 doses sejam retiradas exclusivamente de um único frasco. É proibido juntar restos de vidros diferentes. O procedimento todo precisa ser documentado.

Conforme a SMS, uma notificação da Coordenadoria de Imunizações foi encaminhada ao Ministério da Saúde.

Em março, a pedido do próprio Instituto Butantan, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a alteração do volume do frasco da CoronaVac de 6,2 ml para 5,2 ml, para evitar desperdício. Atualmente, a bula do imunizante alerta que o aplicador precisa se certificar de que o volume aspirado na seringa é de 0,5 ml, necessários para a dose da vacina.

O que diz o Butantan

Como essa mesma situação já foi registrada em diversas cidades do Brasil, na semana passada, o Instituto Butantan se pronunciou. No texto, o órgão afirma que o envase automatizado e o controle de qualidade realizados garantem que o volume de cada frasco é de 5,7 ml, o equivalente a mais de dez doses.


A entidade afirma também que os relatos foram reportados à Vigilância Sanitária e investigados, tendo como conclusão que não há erro do Butantan. De acordo com a nota, o que há, provavelmente, é o uso de técnicas e equipamentos diferentes dos recomendados na extração nos postos de vacinação.


Sobre isso, a secretária de Saúde, Tatiane Misturini Fiorio, garante que não existe essa possibilidade. “Os equipamentos utilizados para extração são as seringas. As profissionais que realizam a vacinação, são pessoas com experiência, que trabalham há 15, 20 anos no manuseio de imunizações. Isso não é uma dificuldade de Bento Gonçalves, mas algo identificado em vários Estados e Municípios”, afirma.

De acordo com Tatiane, nenhuma pessoa ficou sem vacina. “Todos que procuraram o drive-thru ou Espaço de Saúde do Idoso receberam a imunização”, garante.

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