Presidente da Amesne, José Carlos Breda, aponta que a média ponderada está em 2,49. O número para risco altíssimo – da bandeira preta – é 2,50

A macrorregião da Serra, integrada por 49 municípios, decidiu não recorrer da bandeira vermelha no mapa preliminar do Modelo de Distanciamento Controlado do estado. A informação é do presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) e prefeito de Cotiporã, José Carlos Breda. Com isso, pela terceira consecutiva o mapa definitivo, divulgado pelo governo do estado na segunda-feira, 14, mantém a Serra em “alto risco” de contágio, com bandeira vermelha. As restrições seguem pelo menos até o dia 21 de dezembro.

Essa é a primeira vez que a entidade que representa os municípios da região não contesta a classificação. De acordo com os dados do governo, a macrorregião está com média ponderada em 2,49, ou seja, faltando apenas um centésimo que a classificaria em bandeira preta. “Diante deste número tão grande, em relação à bandeira laranja (1,49), entendemos que fazer recursos simplesmente por fazer e criar uma expectativa na população de que poderia se reverter, melhor não fazermos. De modo geral, nós todos acabamos relaxando. As eleições contribuíram para este agravamento. Então, agora, é o momento de retomarmos os cuidados. Entretanto, há poucas evidências de que até o fim ano consigamos voltar à laranja mas, sim, permanecer na vermelha”, alerta.

Há poucas evidências de que até o fim ano consigamos voltar à laranja

José Carlos Breda – Presidente Amesne

Todavia, ainda segundo o presidente da Associação, serão reforçadas as medidas de combate à Covid-19 para que a região não alcance o patamar de risco altíssimo de contaminação do coronavírus na próxima divulgação de bandeiras. Para isso, a Amesne criou um plano com 12 ações preventivas à doença. “Se todos nós adotarmos, em pouco tempo estaremos em bandeira amarela”, acredita.

Triagem da Covid cresce 193%

Em função do crescimento do número de atendimentos realizados na estrutura Fast Track, junto ao Hospital Tacchini, que desde o início da pandemia faz a triagem de pacientes com sintomas respiratórios, o tempo de espera para quem busca a assistência está maior em relação às últimas semanas. Na comparação com os meses de outubro e novembro, o número de atendimentos cresceu cerca de 193%.

Toda a estrutura hospitalar do Tacchini Sistema de Saúde foi modificada a fim de atender com o máximo de eficácia às mais diversas demandas e atividades que surgem durante o período de pandemia. Apesar dos esforços da equipe multiprofissional, a estrutura do serviço está operando no seu limite.

Na UPA

O ambulatório, localizado junto ao Complexo Hospitalar de Saúde (Pronto-Atendimento Zona Norte), deve ser procurado ao primeiro sintoma como febre, tosse, perda de olfato ou paladar, dor de garganta, entre outros. Com o aumento de pessoas que apresentam sinais da doença, cresce a busca pela estrutura.

A média, em 13 dias do mês de novembro, era de 100,33 atendimentos por dia. Em dezembro, o número passou a ser, no mesmo período, de 164,30. O aumento corresponde a 63,75%. Uma das barracas funciona como recepção, onde o paciente faz o cadastro e passa pela triagem. Após, é encaminhado para os novos ambulatórios, onde quatro profissionais fazem o atendimento.

Plano de Ação Serra

  1. Protocolo de segurança contra a covid: EPI’S, tapetes sanitizantes, aferição de pressão, barreiras sanitárias nos municípios com atividades turísticas;
  2. Campanhas junto à assessoria dos municípios de prevenção e da importância de buscar atendimento imediato após os primeiros sintomas;
  3. Priorizar internação em leito clínico precocemente;
  4. Ampla testagem RT-PCR nos grupos de risco;
  5. Estruturar capacidade de atendimento;
  6. Campanha “seja prudente: sua chance de cura aumenta se procurar atendimento até o 5º dia de sintoma. não menospreze o vírus;
  7. Acompanhamento secretarias de saúde;
  8. Ampla campanha de divulgação por parte dos municípios sobre as comorbidades que influenciam no agravamento do quadro clínico. atendimento prioritário nas unidades de saúde;
  9. Divulgação de resultados das hospitalizações;
  10. Monitorar os índices de incidência e taxa de hospitalização;
  11. Rodada troca de experiências;
  12. Acompanhar as orientações atualizadas do ministério da saúde.