Após empate de votos entre as duas chapas inscritas, Comissão Eleitoral do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) deu vitória a Elenir Winck, de 61 anos. Chapa derrotada acionou a Justiça por entender que o regulamento da agremiação não teria sido cumprido

A eleição que elegeu a primeira mulher presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) foi parar na Justiça. Após a divulgação do resultado da votação, onde as duas chapas inscritas receberam 530 votos cada, a comissão eleitoral do pleito buscou nos regulamentos da entidade máxima do tradicionalismo, o critério de desempate. De acordo com o artigo 127 do regulamento, em caso de empate, será considerada eleita a Chapa que contiver o candidato mais idoso.

Na interpretação da Comissão Eleitoral, o suplente do conselho da Chapa de Elenir Winck, Wilson Barbosa de Oliveira, de 77 anos, era o integrante mais idoso. Foi então, anunciada a vitória da tradicionalista de 61 anos. No entanto, a candidata da outra chapa, Gilda Galeazzi, de 65 anos, acionou a Justiça após sentir-se prejudicada pelo critério de desempate. A defesa de Gilda defende que a análise de idades deveria estar focada entre as duas candidatas à presidência e não a todos os integrantes.

A liminar foi deferida no domingo, 12, antes da solenidade de posse da nova presidente do MTG. Não está definido se será feita uma nova votação. O pleito ocorreu em Lajeado, no Vale do Taquari, durante a realização do 68º Congresso Tradicionalista Gaúcho.

Na liminar expedida pela juíza de plantão, Carmem Luiza Rosa Constante Barghouti, houve “interpretação extensiva e ampla de norma”. “O critério objetivo do parágrafo único do art. 127 do Regulamento é claro no sentido que, em caso de empate, será considerada eleita a Chapa que contiver o candidato mais idoso. No caso, em sede cognição sumária, tem-se que a autora [Gilda] é mais idosa que a concorrente [Elenir]. A interpretação dada pela Comissão que buscou declarar vencedora chapa em que um suplente é a pessoa mais idosa de todos os que concorriam na eleição é questão interpretativa e passível de análise mais aprofundada”, escreveu no despacho.