A data de dezenove de abril, dia do Exército Brasileiro, instituído pelo Decreto de 24 de março de 1994, nunca foi tão discutida como neste ano pandêmico e polêmico, por forças ocultas, claras e explícitas. E então fica a dúvida: celebrar ou não celebrar?

Para não entrar nessa discussão polarizada que nada acrescenta, vou me ater a outras datas comemorativas, que nunca levantaram discussão alguma, apesar de extravagantes.

Começando em janeiro, 26, temos o Dia da Gula, que a gente se esqueceu de comemorar, mas que certamente estamos compensando nesta quarentena, de espaços comprimidos, atividades alternativas e experiências gastronômicas.

Os que herdaram uma genética onde predomina a substância chamada DHT, também não receberam a justa homenagem no dia 14 de março, Dia dos Carecas. Mas eles sabem que “é dos carecas que elas gostam mais”, especialmente se forem cozinheiros ou garçons (nenhum fio de cabelo na sopa).

A comemoração do dia 05 de maio foi antecipada neste ano e estima-se que vai permanecer na pauta por muito tempo. Trata-se do Dia Mundial da Higienização das Mãos, reforçada no dia 15 de outubro, para que todos aprendam esse item básico de assepsia. Acho que aprendemos!

Agora muita prudência ao se propor um brinde aos homenageados de 09 de dezembro, ou teremos que criar o dia em que o Alcoólico Recuperado voltou a beber.

Que sexo é o princípio da vida, todos sabem. Mas que, desde 1935, temos o dia 06 de setembro a ele destinado, é novidade para a maioria. As autoridades do século passado sabiam o que era bom, inclusive, gostavam tanto que mais tarde instituíram o Dia Mundial do Orgasmo. Já pensaram todos comemorando ao mesmo tempo?

O Dia do Silêncio é celebrado anualmente em 07 de maio. E os que acham que foi criado para calar as mulheres, estão redondamente enganados. O principal objetivo desta data é conscientizar as pessoas dos males que a poluição sonora masculina provoca nos delicados ouvidos femininos.

Vinte e nove de outubro, Dia da Flor! Justíssimo! As flores irradiam alegria, beleza, energia, falam de intimidade, de transparência, de lealdade, de despojamento. E todo mundo já foi ou é flor. Quanto a mim, ainda não saí de meu recolhimento para testar se continuo tendo essa aura vegetal. Mas assim que eu entrar em certa loja de artigos de cama, mesa e banho, e ouvir “Oi, flor!”, terei certeza.