Sim, essa pergunta não quer calar. O que dirão, agora, aqueles que insistem em demonizar um único partido político há mais de 10 anos? Escrevi e falei, dezenas de vezes sobre essa “moral seletiva” que se propagava e se propaga pelo Brasil. Os políticos do PT, do PMDB, do PTB, do PP e outros envolvidos no chamado “mensalão petista” foram massacrados pela “mídia amiga”, levados a julgamento no Supremo Tribunal Federal (muitos não tinham o chamado “foro privilegiado” devendo, pois, serem julgados em outras instâncias da justiça por terem esse direito, mas ele lhes foi negado por membros do STF), foram condenados. O próprio Procurador Geral da República, que fez a denúncia, falou para quem quisesse ouvir que “não havia provas materiais”. Mas, o paladino da justiça, herói da mídia amiga, entendeu que deveria ser aplicado o “DOMÍNIO DO FATO” para as condenações. E mais de vinte foram condenados, estando, agora, esperando o julgamento de seus recursos. Pois bem, durante muito tempo afirmei que “não há virgens na zona politica brasileira”, bem como que “partidos políticos são todos farinha do mesmo saco”. Disse, ainda, que enquanto demonizavam UM partido, membros dos demais continuavam metendo a mão no dinheiro público. Há o “mensalão tucano mineiro”; o “caso Carlinhos Cachoeira” (que envolve praticamente membros de TODOS os partidos, inclusive do DEM e do PSDB, além do PT); o “caso Cacciola”, cujo processo dorme num tribunal federal de São Paulo e muitos outros. Mas, estranhamente, só o mensalão dos petralhas ainda continua nas manchetes da “mídia amiga”, comandada pelos “donos do Brasil”. Mas, eis que, na semana passada, a Revista ISTOÉ estampa em grande manchete de capa, a foto de Mário Covas (símbolo da “honestidade” tucana), de José Serra (ex-governador de São Paulo, ex-ministro presidente fhc) e a do atual governador Geraldo Alckmin, com a frase: “O PROPINODUTO DO TUCANATO PAULISTA”. Na matéria, em seis páginas onde até documentos são reproduzidos, o esquema de desvio de dinheiro público é relatado. A roubalheira vem desde 1995. Inacreditavelmente absolutamente nada foi feito para levar aos tribunais a quadrilha de ladrões ligada ao PSDB. Nesta semana, a revista ISTOÉ larga com outra manchete de capa: “ESCÂNDALO NO METRÔ: A FABULOSA HISTÓRIA DO ACHAQUE DE 30%”. Também na capa o valor do superfaturamento: 425 MILHÕES de reais. Dentro, a matéria detalhada o desvio dessa fortuna (algo assim como três “mensalões” dos petralhas). Pior ainda: a Revista ISTOÉ conta a história de um processo que trata de um INCÊNDIO CRIMINOSO que destruiu mais de quinze mil caixas de documentos três mil tubos de desenhos técnicos do Metrô Paulista. “Queima de arquivo”, diz a manchete. Tudo isso não mereceu um linha da Revista Veja e de outras revistonas, jornalões e redes de TV brasileiras. PSDB? PT? PTB? PP? PDT? PSB? Algum “virgem” por aí para contestar? Claro que não. Todos sabem que têm em suas fileiras ladrões, corruptos, quadrilheiros. E com PROVAS. Resta saber quando a justiça agirá contra TODOS eles. Leiam as duas ISTOÉ. É de arrepiar, causa náuseas. Mas, se mesmo assim, continuarem achando que os bandidos são só do PT, bem, aí fica comprovada a “moral e a ética seletivas”.