Depois de dois anos da abertura, diretor explica benefícios em ter local organizado e regrado

A Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves ganhou novos ares em outubro de 2019. Já faz mais de dois anos que os detentos precisaram se regrar com um novo conjunto de ordens que significou maior controle sobre o que, e quando, eles fazem o que querem.  

A mudança para o novo local começou em três de outubro de 2019 e a movimentação total de apenados foi concluída no dia 1º de novembro do mesmo ano. O lugar recém construído influenciou de diversas formas na rotina dos presos, influenciando direta ou indiretamente na segurança da população.

O antigo presídio

O diretor do local, tanto antigo quanto o novo, Volnei Zago, menciona o principal ponto fraco do prédio que está agora desativado, na qual tinha capacidade para 116 apenados, mas havia quase 400 distribuídos em 12 celas. “O preso não tinha dignidade para cumprir sua pena. Cometeram seus crimes, erraram, tem que cumprir a pena, mas lá tinha celas com nove camas e 30 ou 35 pessoas dentro”, detalha.

Isso não influencia somente na vida do apenado, mas também na segurança pública. Alguém que cometia um delito de furto simples, precisava entrar em cela junto com alguém que tinha praticado um homicídio ou era traficante de drogas que comandava uma quadrilha. Isso fazia com que favores fossem trocados e criminosos fossem subjugados para cometer mais crimes, piores, em nome de outros.

A nova penitenciária

A situação com a nova Penitenciária Estadual é diferente, lá há mais ordem e regras que regulam os apenados e melhoram a segurança. A diferença inicial está na estrutura, em que o novo prédio tem capacidade para 420 apenados, distribuídos em 62 celas de duas galerias.

Além disso, agora há 70 funcionários que trabalham lá, sendo agentes, guardas, professores, médicos, dentistas, assistentes sociais, psicólogas, entre outros.

Os resultados da organização

As caixas de descargas dos vasos sanitários ficam acima, fora das celas, e somente ao contato dos guardas. Dessa forma, os presos perdem um local onde poderiam esconder ilícitos. Na beira das janelas das celas há um vão em que eram feitos arremessos de drogas e objetos para serem pescados pelos presidiários. Esse local foi todo gradeado para evitar essas situações.

A abertura das celas e circulação dos presos é toda monitorada de uma estrutura acima dos corredores das galerias. Permitindo uma visão privilegiada sobre os detentos, algo que no antigo presídio não era possível.

Os serviços de segurança são feitos constantemente pelos agentes. “Todos os dias as celas são revistadas, a estrutura principalmente. É batida as grades para ver se não tem nenhuma cortada. São feitas revistas por dentro das celas para ver se não há buracos em locais interiores”, reforça Zago.

O diretor, por fim, esclarece que todas essas mudanças trazem o benefício da população de Bento Gonçalves. Já que o novo local fica afastado da cidade, próximo a terrenos vazios, além de ter regras reforçadas com os detentos. “A cadeia antiga era muito falha em questão de segurança. A estrutura melhorou muito, hoje temos o que é necessário para deixá-los aqui dentro cumprindo pena. A nova é bem mais segura”, pontua.