A maioria dos imigrantes que chegaram ao sul do Brasil era do norte da Itália, das atuais províncias do Vêneto, da lombardia, Friuli, Veneza Júlia e Trentino-Alto adige. A maioria partiu do porto de Gênova. A travessia, feita em navios sobrecarregados, durava pouco mais de um mês.

As doenças eram frequentes e a mortalidade, principalmente infantil, elevada. Ao chegarem no Rio de Janeiro, após quarentena na casa dos imigrantes, os colonos eram transportados em vapores para o porto de Rio Grande e, depois, a Porto Alegre. Na capital, permaneciam alguns dias, alojados em barracões precários, até partirem, por via fluvial, para Montenegro e São Sebastião do Caí. A partir daí, a subida da serra era feita a pé, no lombo de mulas e cavalos ou em carretas, através de picadas abertas na mata virgem. Ao chegarem às colônias, os imigrantes ficavam em barracões e depois enviados aos lotes, onde iniciavam as derrubada da mata para a construção de abrigos provisórios de pau-a-pique e das primeiras roças em terras selvagens e desconhecidas.

Tudo começou por volta de 1869/1870. O governo provincial, supondo que as chamadas colônias de Santa Cruz, Santo Angelo, Nova Petrópolis e Monte Alverne, que totalizavam 36 léguas quadradas estavam ocupadas, solicitou do governo Imperial mais 32 léguas quadradas. Foi atendido e no dia 24 de maio de 1870 era determinada a demarcação e medição dessa área.

João Sertório, Presidente da Província do RS, criou as colônias de Dona Isabel e Conde D’eu e Caxias. Em 1877 foi organizada uma quarta colônia- Silveira Martins, na região central do estado, para onde se dirigiram significativas levas de imigrantes vênetos. As colônias foram divididas em léguas, Travessões e lotes. Em geral as léguas possuíam 132 lotes, que variavam de 5 a 60 hectares de terra.

Esperava-se atrair 40 mil imigrantes alemães, para que ocupassem a região. Porém, noticias de que os alemães estavam enfrentando dificuldades no Brasil fizeram com que casa vez menos colonizadores viessem do Império Alemão. Então o governo imperial Brasileiro obrigou-se a procurar uma nova fonte de imigrantes- A Itália.

Os atrativos da imigração eram as facilidade oferecidas pela propaganda: Transporte gratuito, abrigo e assistência durante os primeiros tempos, ferramentas, sementes, cuidados médicos e assistência religiosa, escola para os filhos e venda da terra através de prestações a longo prazo.

Na realidade o que os imigrantes encontraram foi uma dura realidade de solidão, abandono e dificuldades de toda espécie. Deixados a própria sorte, conseguiram sobreviver graças à coragem , à solidariedade e ao espírito heroico com que enfrentaram a floresta vivendo da caça, da pesca e dos pinhões, abundantes na região. Afinal, as dificuldades ainda eram menores do que as encontradas na própria Itália.

“A perseverança e a coragem dos pioneiros foram recompensadas e hoje a região é uma das mais prósperas do Brasil.”