Um retrato das finanças públicas foi apresentado na manhã desta quinta-feira, 19 de março, pelo governador José Ivo Sartori e pelo secretário da Fazenda, Giovani Feltes, em entrevista coletiva no Palácio Piratini. Neste ano, o rombo está projetado em R$ 5,4 bilhões – equivalentes a três folhas mensais de pagamento do Executivo. Aliado a isso, a dívida do Estado é estimada em R$ 54,8 bilhões e o governo tem ainda um desembolso de despesas sem autorização no Orçamento na ordem de R$ 663,5 bilhões. Em 44 anos, houve apenas sete em que as receitas foram superiores às despesas. De acordo com Sartori, o governo está abrindo as contas num gesto de transparência e respeito à sociedade gaúcha.

A situação se agrava mais porque as fontes de financiamento do déficit se esgotaram: Caixa Único, uso dos depósitos judiciais, contratação de empréstimos junto a órgãos de fomento. Soma-se ainda a questão de que os gastos com Requisições de Pequeno Valor (RPVs – referentes a precatórios) aumentam a cada ano – foram pagos R$ 446,4 milhões acima do valor programado (R$ 450 milhões).

Em outra frente, o aumento da carga tributária no país tem se concentrado nos tributos da União. No entanto, esse aumento não se reflete nas transferências a estados e municípios. Enquanto a carga tributária em 1995 era de 30%, em 2013 subiu para 35%. E o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal imposto dos estados, mantém-se no mesmo nível. A arrecadação de todos os estados em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) era de 7,31 em 1995 e passou a 7,52% em 2013.