Setores do povo brasileiro foram às ruas para protestar contra as “mentiras” de Dilma na campanha política. Ela disse que não iria retirar “direitos dos trabalhadores” (por exemplo, tirou alguns privilégios de setores que se aproveitavam de falhas na legislação para se locupletar, como as “viuvinhas jovens e alegres” que casavam com idosos, visando a sua pensão) e afirmaram que tirou; ela disse que não iria aumentar impostos (e, por haver retornado alguns daqueles que ela mesma zerou, como nos combustíveis). Enfim, segundo os “manifestantes que querem mudar o Brasil”, Dilma mentiu e, por isso, querem seu impeachment. Podem, afinal, a democracia permite isso.

E Sartori, não mentiu?

Eu ouvi e vi, não preciso que ninguém escreva em revistas, jornais ou fale na TV e rádios: Sartori afirmou, alto, claro e bom som, que “só aumentaria impostos se a sociedade quisesse”. Afirmou, também, que “acabaria com o Imposto de Fronteira”, cobrado desde que Yeda Crusius o inventou (por sugestão de líder de entidade empresarial, sempre é bom lembrar, senhores micros e pequenos empresários), da mesma forma que Tarso Genro prometeu em campanha. Pois bem, nesta quinta-feira, José Sartori, governador eleito democraticamente, enviou para a Assembleia Legislativa – onde tem maioria o apoiando politicamente – projeto de lei que estabelece uma verdadeira “derrama tributária”.

Ou mentiu?

O projeto enviado para a Assembleia é tirano porque pegará todo o povo gaúcho e as empresas dentro de uma crise econômico-financeira que recrudesce a cada dia, impulsionada, também pela crise política dos que ambicionam o poder contra os que querem se manter no poder. Pretender aumentar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – de 20,48% para 21,95% (como esse um por cento é “por dentro” ele se torna maior, na realidade é 1,47%) sobre todas as mercadorias; 5% (passa de 33,33% para 42,85% por ser “por dentro”, ou seja, incide sobre ele mesmo, além das mercadorias e serviços), sobre combustíveis, energia elétrica (está “barata”, né?), comunicações (muuuuiiiitoooo “barata”, né?”), além de aumentar o ICMS de cervejas e refrigerantes de 33,33% para 36,98%. E há, também, redução de prazo para pagamento do IPVA dos veículos, além de outras “maldades”.

O que farão os deputados e o povo?

Considerando-se que, comprovadamente, tudo o que o PMDB fez no Estado, não deu certo e lembro que antonio brito “vendeu” estatais e aumentou impostos; Rigottto aumentou o ICMS como Sartori quer fazer agora e Yeda Crusius, do PSDB, inventou o Imposto de Fronteira para massacrar micros e pequenas empresas, além de vender boa parte do Banrisul e empréstimo de 1,1 bilhão de dólares. Resta saber, agora, o que farão os deputados do PMDB, do PP, do PSDB, do PTB, do PPS, do PSB, do PSD, do PDT e outros eventuais apoiadores de Sartori. Todos esses deputados sabem muuuuuiiiitoooo bem que em todos os governos em que houve aumento de impostos e “venda” (?) de estatais os problemas não foram resolvidos e, pelo visto, sequer amenizados. Será muito bom que o povo e as entidades empresariais (aquelas que não mamam nas tetas dos governos, claro) lembrassem a todos esses deputados e aos prefeitos que apoiam esse crime contra o povo que no ano que vem tem eleições. Lembrem todos os dias até 22 de setembro, antes, pois, de sacramentarem o massacre tributário.