Ao menos 3.181 mulheres foram vítimas de violência em 2023. Isso quer dizer que a cada 24 horas, pelo menos oito mulheres foram agredidas por companheiros ou familiares no Brasil. Os dados são da Rede de Observatórios da Segurança e consideram registros dos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
Ou seja, apesar de já ser grande, o número real de mulheres que sofrem algum tipo de violência no Brasil é ainda maior. Ameaças, agressões, torturas, ofensas, assédio, feminicídio. São inúmeras as violências sofridas que não começam ou se esgotam nas mortes registradas.
Os dados monitorados apontaram 586 vítimas de feminicídios. Isso significa dizer que, a cada 15 horas, uma mulher morreu em razão do gênero, majoritariamente pelas mãos de parceiros ou ex-parceiros (72,7%), que usaram armas brancas (em 38,12% dos casos), ou por armas de fogo (23,75%).
Ainda de acordo com os dados, nesses oito estados monitorados, 586 mulheres foram vítimas de feminicídios no ano passado. Isso quer dizer que a cada 15 horas, uma mulher morreu apenas por ser mulher.
Os dados mostram ainda que sete em cada 10 delas foram mortas por parceiros ou ex-parceiros.
Na comparação com 2022, os dados mostram São Paulo como o único estado a ultrapassar mil eventos de violência – alta de 20,38% (de 898 para 1.081). Em seguida vem o Rio de Janeiro, que registrou 13,94% (de 545 para 621) a mais que no ano anterior. Já o Piauí, embora registre menos casos em números absolutos, é o estado que registrou a maior taxa de crescimento: quase 80% de alta em um ano (de 113 para 202).