O dentista é essencial para a saúde das pessoas, garantindo sorrisos bonitos e saudáveis. O Dr. Lucas Pilatti Lazzari, implantodontista e presidente da Associação Brasileira de Odontologia Regional Vinhedos, fala sobre os desafios da profissão durante e após a pandemia

No dia 25 de outubro é comemorado o dia do dentista. A data foi instaurada em 1884, quando os primeiros cursos de graduação de odontologia do Brasil foram criados. Mais tarde, o Conselho Federal de Odontologia oficializou a data como o Dia Nacional do Cirurgião-Dentista, com o objetivo de valorizar o profissional e promover a higiene bucal dos brasileiros.

O momento vivido na pandemia foi de total desconhecimento e surpresa para todos, inclusive nos serviços odontológicos. O dentista Lucas Pilatti Lazzari afirma que foi um impacto, alterando de forma brusca a rotina das pessoas e também dos profissionais. “Ninguém fazia ideia do que estávamos vivendo, todas as classes foram afetadas, principalmente da área da saúde, pois ficamos sem rumo quanto aos procedimentos a serem tomados. Foi aos poucos, com pesquisas e a criação dos protocolos, que começamos a entender do que se tratava o coronavírus e como deveríamos viver a partir daquilo”, comenta.

Lucas Pilatti Lazzari, implantodontista e Presidente da ABO Vinhedos

Num primeiro momento, somente os casos de urgência eram atendidos. Lazzari fala que a rotina dos dentistas foi praticamente paralisada. “Os consultórios foram fechados e só atendíamos casos de dor extrema”, pontua.

Além disso, os procedimentos deveriam seguir todos os protocolos de distanciamento, equipamentos de proteção como máscaras, luvas e álcool em gel. “Esse maior controle de qualidade e segurança obrigou os profissionais a terem um custo elevado e, muitas vezes, nem repassamos aos pacientes. Um pacote de luvas que custava entre R$15 e R$ 20 chegou a custar mais de R$ 100. Ainda hoje, vemos uma elevação no preço dos EPIs”, coloca Lazzari.

Saúde bucal em tempos de pandemia

Com o intuito de diminuir o contágio da Covid-19, muitas pessoas deixaram de procurar um dentista para tratamento precoce. Ansiedade, consumo excessivo de álcool e alimentação pouco saudável elevaram significativamente os casos de problemas bucais e Lazzari se diz preocupado. “Aumentou o consumo de alimentos, pelo fato de as pessoas ficarem mais em casa, em especial os carboidratos fermentáveis. Com isso, o índice de cáries elevou drasticamente, assim como o bruxismo, devido à ansiedade. O consumo de bebida alcoólica em excesso e o cigarro tende a causar doença periodontal e câncer bucal, problema mais sério, que pode causar a morte. O impacto é gigante, e a maioria não procura tratamento precoce”, discorre. 

O pós-pandemia na odontologia

Na visão de Lazzari, os profissionais vão precisar ter um cuidado especial na continuidade dos estudos e na humanização do atendimento. “O cirurgião-dentista precisa estar em constante atualização, sempre estudando, juntamente com a parte psicológica que afeta o paciente também na saúde bucal. Cuidados extras também na parte da higienização e biossegurança. O dentista trabalha muito com o aerosol, que dispersa o vírus com facilidade, então a contaminação é muito maior. Ainda bem que os profissionais da saúde já estão imunizados, isso foi uma conquista da classe”, salienta.

Para quem pretende seguir a carreira, Lazzari deixa um recado. “Se manter atualizado, fazer uma odontologia humana, ética e responsável, que são os principais fatores para uma carreira de sucesso. Um profissional qualificado terá um reconhecimento da sociedade e dos pacientes”, conclui.