Por vezes nós, mortais comuns, somos forçados a pensar que administradores públicos federais, estaduais e municipais sentem necessidade de serem criticados pela população. Sim, porque há coisas de gestão simples, corriqueiras, que não têm a atenção devida por parte dos administradores. Claro que, por vezes, seus assessores cometem equívocos primários, mas, sem dúvida, cabe aos seus superiores a cobrança de mais ação dos ministros, secretários de estado e municipais. A rodovia ERS-470, recentemente federalizada, é um exemplo contundente dessas omissões. Durante décadas ela foi alvo de ridículas “operações tapa-buracos”, cuja durabilidade era, sempre, até a próxima chuva. Obviamente, os sucessivos governos do Estado eram alvos de merecidas críticas contundentes, já que a rodovia sempre foi um importante elo de ligação de todo o norte do Estado com a capital. Por que, então, tanto descaso? Agora, federalizada, a ERS-470 com sua nova denominação, BR-470, estão recebendo um novo asfalto, não apenas uma “operação tapa-buracos”. Importante dizer-se que o imposto que pagamos, o IPVA, é muito alto aqui, do Rio Grande do Sul e, portanto, deveria servir para a manutenção e sinalização das rodovias. Pois o governo Sartori quer porque quer privatizá-las com o argumento – ou será uma “desculpa”? – de não ter dinheiro para a sua manutenção. A Assembléia Legislativa, recheada por seus “apoiadores”, deverá aprovar mais uma vez o monstrengo, a exemplo do que foi feito pelo desgoverno antonio brito (letras minúsculas, sim). Por que Sartori não utiliza a Empresa Gaúcha de Rodovias – EGR -, que já administra outros pedágios? Talvez porque tenha sido criada pelo governo opositor anterior? Ou, quem sabe, para não ser cobrado do porquê a arrecadação dos pedágios da EGR cai nos cofres do Estado e não é aplicada nas rodovias? Obviamente, pedágios privados terão sua arrecadação visando o lucro das empresas concessionárias. Os pedágios comunitários deveriam ter como despesa apenas o pagamento da administração, ou seja, dos funcionários que os fazem funcionar e o restante, o lucro, investido nas rodovias. Claro que sucatear as coisas públicas ajudam muito quando se querem privatizá-las. A CEEE e a CRT são exemplos emblemáticos disso. Interessante é o que já está se ouvindo agora, vindo de fontes do governo do Estado. “Vai faltar dinheiro para pagar os salários”, dizem eles. Mas, Cristo!, aumentaram brutalmente o ICMS para que, afinal? Para tomar mais dos parcos recursos da população? E o que dizer da falta de pagamento das verbas para a saúde? O governo federal e o estadual devem fortunas para os municípios e não pagam, deixando-os à mercê da opinião pública que cobra deles, já que estão mais próximos. Que tempos, meus amigos! Que tempos! E não se atribua culpas a nenhum governo, a nenhum partido. Essa situação é cumulativa. Minhas colunas de 1992 previam essa penúria toda, já que os “direitos” estavam sendo ampliados moda diabo, sem previsão da receita para bancá-los, em todos os níveis de governo. E vai piorar!