A base social foi e continua sendo a família do imigrante. É do bem-estar e do trabalho dos membros da família que depende seu sucesso econômico. Ainda predomina algumas características no meio rural.

                Da primeira choupana que utilizou para abrigar sua família, o imigrante a trocou por uma casa, cópia daquelas habitações rurais de sua terra de origem, solidamente construídas de pedras ou de madeira. Apresentava a tradicional cantina ou porão, que era térreo da casa construída de pedras, com grossos muros, pequenas janelas, uma larga porta, que servia de depósito para cereais, conservação de alimentos, cantina para vinho e graspa.

                As residências eram extraordinariamente grandes. Previa-se a localização para a cozinha e a casa para dormir, geralmente separada, a alguma distância ou unidas por um alpendre.

                De modo geral, podemos observar que a personalidade do imigrante italiano se faz notar através da espontaneidade, seu espírito alegre e festivo, inclinação à festa, à boa comida e bebida, bem como ao esporte e recreação, aliados à fé e ao amor a terra e ao trabalho.

                Para ele, o nascimento de um filho se constituía uma festa, o casamento, aniversário natalício, bodas de prata e de ouro eram datas significativas às quais os vizinhos também costumavam participar.

                Outro costume generalizado entre os imigrantes era o “filó” que se constituía numa reunião entre vizinhos, à noite, onde eram servidos amendoim, caldo de galinha (brodo), pinhão, batata doce assada sob a cinza, pipocas etc… As safras sempre foram motivo de júbilo, por ocasião da Vindima, festejava-se com vinho doce.

                Nas ocasiões difíceis o sentimento de solidariedade os transformava em uma única família.

                As festas religiosas e o culto a santos são continuação de uma tradição, que os imigrantes italianos trouxeram de sua terra, como também o uso da sanfona (gaita), o jogo da mora e das bochas. A “sagra”, festa do Padroeiro, continua até hoje a festa máxima para as comunidades.

                Como elemento de devoção entre os imigrantes estava primeiramente “O CAPITEL”, depois a capela e ligada a esta, outras manifestações sociais, onde os moradores se reuniam para se confraternizar.

                A vida colonial italiana, com seus costumes familiares, sociais, religiosos e linguagens próprias, não se constituíram numa nova Itália, mas com as tradições italianas conservadas e com as diferenças introduzidas, conquistaram passo a passo, pela força do trabalho, dedicação e confiança, uma nova realidade, que os estudiosos a chamam de uma NOVA CIVILIZAÇÃO.