Nesta segunda-feira, após a reunião-almoço do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves – CIC/BG –, o meu amigo empresário Lênio Zanesco, em conversa que tivemos, comentou comigo sobre as abordagens que tenho feito, seja na coluna dos sábados ou nos artigos das quartas, sobre o trânsito da cidade e suas implicâncias. Lênio entende que eu devo parar de falar sobre o assunto, pois “não resolve nada”. Sim, Lênio, concordo contigo. Ultimamente, pouco ou nada têm resolvido minhas críticas e colocações. Algumas vezes tem demorado, como a operação tapa-buracos da ERS-122 e da sua sinalização horizontal, antes de responsabilidade(?) do Daer e, a partir de janeiro, da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) – tão criticada, mas que tem se mostrado bem mais eficiente do que o Daer (que em nada está justificando sua existência). Não tenho a pretensão, prezado Lênio, de pensar que tenha sido em razão das críticas que fiz da ERS-122, mas que ajudou, ah!, não tenho dúvidas que ajudou. Já com relação ao trânsito da cidade de Bento Gonçalves, nada nem ninguém parece sensibilizar as nossas chamadas “autoridades competentes”. Entra prefeito, sai prefeito, e as coisas só pioram. O ex-prefeito Lunelli prometeu criar a guarda municipal e, graças a Deus, não criou, pois absolutamente nada resolveria. Mas, o trânsito, que é um baita problema, não mereceu dele a atenção devida, a exemplo do seu antecessor, Alcindo Gabrielli, e do anterior a ele, Darcy Pozza, e dos outros e outros e outros. O resultado, Lênio, é isso que aí está. O Código de Posturas, o Código de Obras, a legislação de trânsito e o bom senso deram lugar ao “tô na minha, danem-se”. No que se refere às obras públicas ou privadas, cada um faz o que lhe der na telha. Nada, nem o mais básico, elementar, é respeitado, Lênio. Segunda-feira, na rua Júlio de Castilhos, um imenso “salseiro” foi criado por absoluta falta de bom senso e de aplicação da LEI. Um caminhão da RGE estacionado no lado esquerdo, junto ao Clube Aliança, cercado por cones, fazia seu trabalho solenemente (o secretário Moro me disse ao telefone que não havia autorização para tal interrupção no trânsito). Logo adiante – uns 10 ou 15 metros –, um caminhão com o pisca-alerta ligado estava em fila dupla. A informação que obtive foi que havia ocorrido uma pequena colisão, sem vítimas. E até as pedras sabem que a legislação determina a imediata retirada dos veículos nesses casos. Dispensável dizer-se o “que é aquilo” em que se transformou o trânsito. Ah, dois agentes de trânsito observavam e tentavam monitorar o “imonitorável” trânsito caótico. Além disso, rodei pela cidade e vi vários casos de caminhões – inclusive da prefeitura – bloqueando vias para a realização de obras. Obras essas que poderiam e DEVERIAM ser realizadas após as 20h, no mínimo. Poderia escrever seis ou sete páginas de jornal, Lênio. Mas, fico com esses exemplos. Se há críticas e fica cada vez pior, imagine se NÃO houvesse críticas. Por isso, prezado Lênio, vou continuar criticando. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Ou não? Pobre Bento Gonçalves!