Fazemos várias coisas por interesse. Trabalhamos por dinheiro, por amor ou pelo plano de saúde. Ficamos rodeados de pessoas fúteis em prol de um círculo social. Ajudamos e fazemos caridade por fama, somos parceiros para sermos reconhecidos. Burlamos nossa própria ética com convicções fajutas para nos sentirmos melhor ao fazer uma besteira.

Matamos sonhos porque acreditamos que nem todos nascem para brilhar e ser tão felizes assim. Acreditamos estar amarrados ao capitalismo, sem possibilidade de criar ou empreender. E estamos. Mas assisto muitos filmes, e nos filmes os mocinhos corajosos amarrados sempre têm um canivete.

Nos transformamos em outra pessoa para ser amado, admirado, querido. É natural querermos fazer parte de um grupo, mas ter que seguir as regras do grupo já é demais. Aliás, não deveria ter regra, certo? Quem disse que precisamos ser iguais ou fazer as mesmas coisas?

Ficamos com outras pessoas também por vários motivos: por dinheiro, porque ela é conhecida, porque ela é “decente”, porque tem uma boa profissão. Verdade que precisa existir empatia, companheirismo, ideais parecidos e respeito para que as duas pessoas possam caminhar juntas. No início da minha primeira faculdade, antes de entender como funcionava, fiz muitos projetos começando pelo fim, porque era mais fácil. Depois, criava o conceito em cima do que já estava pronto. E é isso que estamos fazendo hoje. Procurando o par ideal pelas qualidades, pela conta bancária e pelo círculo social. Será que vai dar certo?

As pessoas namoram porque cansaram de ficar sozinhas. Ou porque estão na idade de serem pais e formarem uma família. Encontram outra pessoa que quer namorar, que tenha um bom “histórico”. Vivem um namoro sufocante, onde não se misturam com outras pessoas, não jogam mais futebol, não saem mais com os amigos, matam sua própria essência. Não que todos sejam assim – tem alguns piores. Aí cansam de namorar e ficam solteiros, porque buscam a liberdade e demonizam os relacionamentos sérios. E CÁ ESTAMOS.

Prefiro que me convide para comer um “cachorro quente do INSS” antes de dizer pelo WhatsApp que eu sou para casar sem ao menos me conhecer. Não me diga que eu sou uma mulher com pouco tempo porque é melhor do que ter pouco cérebro.

Já diziam os ‘memes’, melhor uma safadeza sincera do que um amor forçado. Seja o que for, que seja recíproco, porque de vontades o mundo está cheio, só falta coragem.