Para se deslocar de casa até a escola, Marcos Formentini comprou, na adolescência, com o próprio salário, a primeira bicicleta. Atualmente, atua no conserto de bikes, de onde tira o sustento

Aos 13 anos, com o próprio salário, de um emprego de meio turno, Marcos Formentini comprou a primeira bicicleta. O objetivo da aquisição era facilitar o deslocamento até a escola onde estudava, que ficava há mais de três quilômetros distante de onde residia. Naquela época, em Carlos Barbosa, ainda não existia ônibus urbano.

Foi a partir de então que ele pegou apreço pelo veículo de duas rodas. “Assim nasceu meu gosto por bikes. Descobri que é bacana de usar. Então, de lá para cá, nunca mais deixei de ter uma”, destaca.

Quando Formentini decidiu ter um negócio, o gosto por bicicletas somado à experiência adquirida no ramo ao longo dos anos, facilitou na decisão de trabalhar realizando consertos. “Eu já fazia a manutenção da minha bike e de alguns amigos, no porão de casa, como hobby”, lembra.

Marcos Formentini trabalha com a manutenção de bikes há três anos, no bairro Cidade Alta

Foi então que ele abriu uma oficina de bicicletas, há pouco mais de três anos, no bairro Cidade Alta. “Está dando certo. Sempre digo para quem entra, para ser bem-vindo à minha humilde bagunça”, brinca. Ele acrescenta que “se você fizer do seu trabalho algo que você goste, não precisará trabalhar nenhum dia. Me identifico com essa frase”, defende.

A escolha do ponto, no Cidade Alta, tem sido um fator positivo para o negócio. “Escolhi esse local porque é um ponto de passagem de ciclistas, então facilita para que cheguem até a minha oficina. Quem não é visto não é lembrado. Estando aqui, estou em evidência para o meu público alvo”, garante.

No trabalho, o ciclista começou a perceber aumento na demanda, principalmente, de um ano e meio para cá. “Normalmente, neste período de entrada do inverno, não tenho tantas bikes na loja, como tenho agora”, assegura.

Para o futuro, Formentini revela que já tem os planos bem definidos. Contudo, dependem de como o cenário estará nos próximos anos. “Se daqui dois anos as bikes ainda estiverem em alta, vou alugar uma sala maior para trabalhar”, afirma.

Ciclismo já rendeu medalha

Desde que adquiriu a primeira bicicleta, Formentini nunca mais abandonou o esporte, que já rendeu até medalha. “De 200 quilômetros, em novembro do ano passado, quando as competições ainda podiam ser realizadas. Era uma prova para ser completada em determinado tempo e percurso, um desafio pessoal, de você contra você mesmo”, explica.

O ciclista já está inscrito para a próxima competição, também de 200 quilômetros, mas ainda sem previsão para ser realizada. “Depende de um calendário nacional”, afirma. Atualmente, Formentini pedala cerca de 500 quilômetros por mês. “O máximo que pedalei foi 410 quilômetros, em dois dias”, conta.

Roubo de bikes preocupa moradores do bairro

Formentini alerta que, este mês, bicicletas de alto valor começaram a ser furtadas de prédios do Cidade Alta. “Por ser um bairro de entrada, também é de saída, então tem furtos e delitos. Esse mês, já foram roubadas cinco bikes, todas em prédios, especificamente”, afirma. De acordo com o ciclista, todas as vítimas realizaram boletim de ocorrência.