Tudo andava na direção da impunidade dessa figura, apesar das robustas provas obtidas (não eram “domínio do fato” ou “convicção”), muitas estampadas na imprensa. Mas, diante do seu afastamento da presidência da Câmara e, depois, ter o mandato cassado, não havia mais como postergar ação contundente, convincente contra ele. Muitos – eu dentre eles – pensaram que o “caso Cunha” teria o mesmo destino que os casos BANESTADO, Banco Marka/FonteCindam, trensalão paulista, rodoanel paulista, “merendão”, mensalão do PSDB mineiro, Furnas e tantos outros que, “estranhamente”, prescreveram ou estão em vias de prescrever. Cunha não teve a mesma sorte. Claro, a chamada “grande imprensa” o colocou na berlinda.

Por que será? O que virá agora? Deleção premiada? Se sim, sobrará pedra sobre pedra? O que causa espécie, porém, é a acomodação daqueles que foram para as ruas protestar, fazer manifestações contra a corrupção…do PT. Os demais partidos, recheados de corruptos, não foram alvo de manifestações e panelaços. Membros da polícia federal, do ministério público e da justiça estão sendo acusados de parcialidade. Claro que existem problemas dentro desses órgãos, como em todos os setores da sociedade.

Mas, todos esses têm poderes e deveres constitucionais de combater a corrupção, de qualquer partido, entidade ou pessoa. As dúvidas levantadas sobre setores desses órgãos estão ligadas a roubalheiras que ficaram impunes – algumas escancaradamente impunes, como a “privataria tucana”, o Banestado e o Banco Marka/FonteCindam – sem que a população tomasse conhecimento das razões, dos motivos. O Caso Banco Marka/FonteCindam, que colocou na cadeia Salvatore Cacciola – não dá para esquecer esse caso, tamanho o espaço que o Jornal Nacional, “isentamente”, lhe concedeu, indo até a Itália atrás dele – é emblemático, já que aqueles que lhe cederam um bilhão e meio de dólares (corrijam isso pela inflação e pelo dólar da época e verão o tamanho do rombo causado aos cofres públicos) ficaram leves, livres e soltos, com a prescrição do fato.

O Caso “mensalão mineiro”, que envolve o PSDB e que foi transferido para a justiça de Minas Gerais, assim que o tucano Eduardo Azeredo renunciou ao seu mandato no senado, exatamente para fugir da punição, terá sua prescrição no ano que vem e mais gente sairá impune de tudo.

Os escândalos, que ocorrem quase que diariamente, têm merecido amplas reportagens da “grande imprensa amiga”, desde que tenha petistas envolvidos. Os demais ladrões obtiveram “imunidade” de parte da imprensa. Quando muito, algumas citações e textinhos de rodapé existem, com a nítida impressão da parcialidade da imprensa. Assim, dá para entender que basta filiar-se a algum partido que não seja o PT para se safar de falcatruas, por prescrição ou falta de investigação ou denúncia? Resta, pois, esperar pela volta dos “panelaços” e manifestações por parte da população que quer, mesmo, o fim da impunidade. De todos! Deveremos sentar para esperar?