A decisão de reduzir a maioridade penal está em discussão e já se tornou uma polêmica antes mesmo de ser votada. Particularmente, não sou a favor da medida, mesmo que em alguns casos, haveria a necessidade da mesma.

Acredito que tal decisão não vai mudar a sensação de impunidade que temos hoje no Brasil. Porque, em vez de diminuir a maioridade penal, não lutamos pelo cumprimento integral das penas existentes atualmente. Isso porque vemos, dia após dia, réus serem condenados a 12, 15 e até 20 anos de prisão por seus crimes, mas, na realidade, cumprem apenas três ou quatro anos em regime fechado.

No momento em que tenhamos penas mais rígidas e menos regalias, como regime semiaberto com o cumprimento de 1/6 da sentença, muitos vão pensar duas vezes antes de cometerem um crime. Se não sentir na pele a dor de uma prisão, o delinquente vai sempre reincidir no delito, pois sabe que ficar muito tempo preso.

O certo virou errado

Vivemos um tempo em que parece que fazer o certo virou errado. O justo, o honesto, o correto, é chamado de burro. O bom aluno, aquele menino ou menina que é aplicado em sala de aula, sofre bullyng dos arruaceiros da turma do fundão. A professora que ousa tentar disciplinar ou chamar a atenção dos estudantes é repreendida pela direção para não fazê-lo.

Estes são alguns exemplos que vemos no nosso cotidiano e mostram como está o mundo nos dias de hoje. Os princípios de respeito e educação estão cada vez mais distantes nas famílias brasileiras. A reclamação é geral, mas ninguém faz nada para mudar a situação.

Que tal começarmos em casa, com nossos filhos, amigos e esposas. Quanto mais pessoas agirem de forma correta, menos espaço terão aqueles que gostam de andar pelo caminho errado. Não sou o dono da verdade, mas é preciso que todos nós façamos a nossa parte para que as coisas que diariamente nos indignam deixem de acontecer ou de existir.

Santo não resolve problema

Aprendi desde pequeno que quando você tem consciência de um problema não deve rezar a Deus pedindo ajuda. Muitos devem estar pasmos ao lerem esta frase. Mas ratifico que é verdade mesmo. A ajuda você já recebeu, que é o fato de ter a consciência do que lhe aflige, seja o que for.

Quando alguém não tem ideia de onde vem o sofrimento, o sufoco na vida, aí sim, vale orar, afinal, essa fé se bem não faz, mal não há de fazer. Quando uma pessoa tem um problema e boa consciência dos alicerces, origens e possíveis soluções do problema, a saída, a melhor oração, é agir, suar, molhar o chão com água benta, isto é, suor.

Ah, para você que adora pedir ajuda para o homem lá de cima, fica aqui um aviso: é bom não esquecer de nunca pedir em oração que o “santo” resolva o problema, o que se deve pedir é forças para agir. Os vagabundos pedem milagres, os homens pedem força para enfrentar o problema.

O que adianta ir à igreja

Acho louvável e muito condizente o ato das pessoas que vão à igreja aos domingos ou sempre que podem. O problema é o fato de muitas delas irem até lá achando que estão pagando todos os seus pecados, pelo simples fato de se ajoelharem por alguns minutos e rezar. Ora, ora, minha gente, é preciso muito mais do que isso para que o gesto errado seja realmente perdoado.

Claro que devemos pedir perdão pelos pecados que cometemos e, de preferência, não repetí-los mais. Porém, temos que fazer isso de verdade, com arrependimento que vem do fundo da alma, do coração.

Já vi padres e pastores pregando que não devemos fazer isso, fazer aquilo mas, após o término da missa, são os primeiros a pecar. Assim como pessoas que parecem ser fervorosamente religiosas, mas, no seu cotidiano, não dão um bom dia para seus funcionários, tratam com desdém os atendentes no supermercado e, além disso, não escondem o preconceito e a indiferença que carregam dentro de si. Por isso, meus amigos, ir à igreja não vai adiantar, caso não haja uma mudança de atitude.