Hoje é Dia da Criança. Não consegui deixar de me reportar a este assunto dada sua importância. Coloquei-me a pensar na diferença entre o meu tempo de criança e agora, vendo meus filhos, de seis e quatro anos, crescerem. Também pensei na infância dos meus pais, dos meus avós.
Como as coisas mudam, em tão pouco tempo…
E mudam tanto que às vezes me sinto pré-histórica!
Pensem que minha infância foi no início dos anos 80. A TV era preto e branco e parecia uma “caixa de abelhas”. Telefone, nem sabia o que era! Pouquíssimas famílias próximas o possuíam. Em pouco tempo meu pai adquiriu um, para nossa alegria. E quando eu tinha uns oito ou nove anos, se não me falha a memória, chegou a maravilha do mundo, a TV em cores.
Computador, celular, notebook, tablet, GPS? Nem sonhávamos com isso. Nossas brincadeiras se resumiam em bonecas, casinha, caçador, vôlei, pega-pega, esconde-esconde, andar de bicicleta (Que bicicleta? Eu nem isso tinha!!!). E era isso!
Conhecíamos pouquíssimos personagens de histórias em quadrinhos, além, é claro, dos tradicionais “Chapeuzinho Vermelho”, “O Patinho Feio”, “Branca de Neve” e “Cinderela”. E sonhávamos com isso. Nós, meninas, queríamos ser a Cinderela.

“Hoje as crianças se escondem atrás das telas dos computadores, dos notebooks, dos tablets”

 

Agora, tudo se resume em maravilhas da tecnologia. São TVs dos mais variados tamanhos, finas, de pendurar na parede! Computador e celular, poucas crianças não têm. Quase não as vemos nas ruas andando de bicicleta. Claro que os tempos são outros. As ruas são as mesmas, mas o trânsito, amigos, quanta diferença, não é mesmo?
Hoje as crianças se escondem atrás das telas dos computadores, dos notebooks, dos tablets. Crianças praticamente de colo já sabem mexer nisso. Mal começam a caminhar e já falam no celular. Crescem um pouco e já andam com o seu na mochila.
Meus avós tinham brinquedos, feitos de vime, de pedra, de sacos de açúcar, de palha de milho, de madeira. Na geração dos meus pais não foi muito diferente. Eles eram um pouco mais elaborados, mas nada tecnológicos. Na minha geração começaram os brinquedos a pilha, mas nada além disso.
Atualmente os brinquedos são “reais”. Os personagens, mais reais ainda. Eles têm vida e dão vida aos nossos filhos. Em poucos meses, ou até em poucos dias, precisamos estar atualizados com os personagens da ora, que surgem do nada e viram verdadeiras febres em roupas, calçados, bonecos, mochilas e os pais pagam caro por isso.
Não quero me queixar da minha infância, porque fui muito feliz e guardo maravilhosas lembranças, mas quem me dera ser criança nos dias atuais.
Claro que quando temos nossos filhos, voltamos a brincar, recordamos das músicas, das histórias, dos contos, mas tudo passa por uma atualização.
O meu recado hoje vai não só para as crianças, mas para os adultos: nunca deixe morrer a criança que existe dentro de você. Brinque, sorria, aproveite os parques, as praças, nem que seja para sentar e tomar um chimarrão, observando as brincadeiras de crianças a sua volta. Sem dúvida é revigorante!
Ah, quase ia me esquecendo! Hoje não é feriado por ser Dia da Criança. O feriado é dedicado a Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. Oremos a ela pelas nossas crianças, para que tenham um futuro brilhante, promissor, longe da marginalidade e das drogas. Afinal, elas são o futuro do mundo!