É óbvio que todos nós queremos ver Bento Gonçalves crescendo e se desenvolvendo cada vez mais. Porém, é preciso que haja uma conscientização da forma como queremos evoluir. Os moradores do bairro Santo Antão estão reclamando da construção do novo moinho da empresa Isabela, um empreendimento importante e muito significativo para a nossa cidade. Eles não são contra a expansão, apenas querem a garantia de que o trânsito no local, que já é caótico nos horários de pico, fique impossível de se transitar após a conclusão dos trabalhos.

No início deste ano, a empresa M. Dias Branco, proprietária da Isabela, anunciou a construção do empreendimento em Bento Gonçalves. Uma grande solenidade foi realizada, que contou com a presença ilustre do governador Tarso Genro. A promessa é de que, pelo menos, 255 empregos diretos sejam gerados com o funcionamento do moinho.
Passaram-se quase 11 meses da assinatura do protocolo de intenções da obra e o poder público ficou apenas comemorando a realização de mais um empreendimento no município. Estamos falando de uma empresa séria, que não brinca na hora de fazer negócios e realizar seus investimentos. A prefeitura, por sua vez, deveria ter pensado e projetado uma obra para o local ainda no primeiro semestre, visto que o fluxo de veículos entre as ruas Fortaleza e José Giordani é muito intenso. Ele serve de ligação dos bairros Santo Antão, Santa Helena, Santa Marta e Tamandaré com a RSC-470.

Infelizmente, o poder público não levou em conta o transtorno que o empreendimento pode causar aos cidadãos. Por isso, a comunidade se organiza e tenta por outros meios evitar um problema que se anuncia logo ali. A terceira via, prometida para 2016, poderia estar sendo construída antes que o empreendimento fosse construído, o que diminuiria as dores de cabeça dos moradores da região e também da empresa.

O empreendimento da Isabela é recebido de braços abertos por todos nós. O que faltou apenas foi pensar na gestão de como este moinho irá impactar na vida dos bento-gonçalvenses. Crescer é preciso e fundamental para a nossa economia. Mas a consciência precisa caminhar ao lado deste desenvolvimento.