A Movelsul, maior feira de móveis e complementos da América Latina, mais uma vez, deu mostras de sua força e do foco em inovação. Sua 19ª edição consolidou o formato europeu de realizar feiras, segmentando os setores e diversificando produtos. O foco na nova classe média ou classe C tem demonstrado ser o maior acerto desde 2012, garantindo sucesso de público, de participação e também de lista de espera.

Os números foram muito positivos e mostram que o setor moveleiro está preparado para o que vem pela frente. O futuro mostra um horizonte diferente dos últimos anos, onde o crescimento deixa de ser algo longe de ser alcançado. Definitivamente, a Movelsul trouxe novos ares e mais otimismo a um setor que enfrenta tantos percalços.

O setor moveleiro retoma sua condição de protagonista e, na atual conjuntura econômica, estimar um crescimento de até 5% pode, e deve, ser comemorado, principalmente se olharmos para um ano de 2013 que foi de muitas incertezas.
Com criatividade e muito empenho o setor volta a conquistar fatias importantes no mercado internacional e vai retomando o espaço perdido. O bicho-papão chinês já não assusta como antes. O investimento de exportadores em valor agregado também foram fundamentais para abrir novas frentes de negociação.

Na Movelsul, todos os projetos realizados estão consolidados. Seja o foco na classe média, passando pelo Projeto Comprador e pelo Salão Design, até a Rodada de Negócios, o sucesso das iniciativas mostram um horizonte de positivismo e crescimento aliado à estabilidade.

Por outro lado, o setor moveleiro sai da Movelsul ainda mais unido em prol das necessidades de que dependem de nossos governantes. A falta de infraestrutura, principalmente de nossa malha rodoviária, deixa os empresários de cabelo em pé. O discurso do presidente do Sindmóveis, Henrique Tecchio, deve ecoar muito em breve no Palácio Piratini. O empresariado jogou a toalha e cansou de esperar pelas promessas do governador em recuperar as rodovias da Serra Gaúcha. Foram quatro anos consecutivos de anúncios, datas e mais datas de início e nada saiu do papel.

Se alguém tem dúvida que a indignação com a falta de infraestrutura nas estradas é grande, basta seguir de carro da Pipa Pórtico até a ponte sobre o Rio das Antas, pela RSC-470. Um cenário vexatório e de descaso com a região que mais produz para impulsionar a economia do Rio Grande do Sul. Não satisfeito, siga em direção a Guaporé, onde a ERS-431 aguarda obras, que deveriam ser emergenciais, há mais de quatro meses.

Além de todos os problemas econômicos para se manter pujante e forte, o setor moveleiro precisa ultrapassar estas barreiras governamentais que, ao invés de auxiliar, coloca ainda mais entraves para frear o crescimento. Mesmo assim, a expectativa é das melhores. O setor volta a mostrar sua força e ter o seu lugar de destaque. A Movelsul 2014 fecha suas portas, mas deixa o otimismo e a esperança de que este ano será encerrado com números acima das expectativas. Quem sabe esta não seja a virada para Bento Gonçalves, que está precisando de uma enxurrada de boas notícias.