Na última quarta-feira, 8 de março, o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul – Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Cpers), definiu em assembleia que irá paralisar as atividades a partir de quarta-feira, dia 15. Em Bento Gonçalves, o 12º núcleo da entidade trabalha para mobilizar o máximo de filiados, pensando em dar mais força ao movimento.
De acordo com a diretora geral do sindicato em Bento Gonçalves, Juçara Fátima Borges, o trabalho de conscientização com todos os professores está sendo feito de escola em escola. “Vamos até os educandários e falamos com os professores no horário de intervalo para levar a importância da categoria aderir à greve”, descreve.

Contudo, ainda conforme Juçara, boa parte dos professores demonstra receio em aderir à paralisação. “O que estamos vendo é uma categoria acuada. O governo pressiona indiretamente os funcionários de contrato, que acabam ficando com medo de perder o emprego”, avalia. “Mas não tem alternativa. Ou fazemos isso ou perdemos os poucos direitos que conquistamos até agora”, completa.

Entre os motivos da greve, são citadas a luta pelo cumprimento da Lei do Piso Salarial Nacional, contra o governo Sartori e a retirada de direitos trabalhistas, contra a reforma da previdência, pelo pagamento integral do 13º Salário de 2016 e o não parcelamento dos salários.

Governo contesta, Cpers rebate

Na manhã de quinta-feira, 9 de março, o Governo do Estado emitiu uma Nota Oficial classificando a decisão do Cpers como “inoportuna, visto que o ano letivo de 2017 se iniciou no dia 6 e a greve afetará diretamente a comunidade escolar, especialmente os mais de 900 mil estudantes”.

Ainda de acordo com a nota, “o Governo do Estado pagou o completivo do piso do magistério referente ao período de 2015 a 2017, impactando R$ 200 milhões/ano nos cofres públicos. Isso para que nenhum professor tivesse remuneração inferior ao piso nacional”.
A informação é contestada pela diretora geral do 12º núcleo do Cpers. De acordo com Juçara, o completivo está sendo pago apenas para os professores cuja remuneração ficaria abaixo do piso. Aqueles que, em função de tempo de serviço ou qualificação, têm salário acima do piso nacional, continuam trabalhando por um valor base abaixo do estipulado como mínimo pelo governo federal. “Apenas 10 mil professores recebem esse completivo. Os outros 70 mil estão abaixo e dependem de outros fatores para chegar ao valor mínimo”, explica.

Juçara ainda rebate a informação do Estado de que “o Governo fez outro esforço para pagar a alteração de nível dos professores, resultando no aumento de R$ 25 milhões/ano na folha de pagamento do funcionalismo”. Ela lembrou que o pagamento é fruto de uma decisão judicial, que obrigou o Estado a pagar as promoções. “Este é um direito da categoria previsto no Plano de Carreira”, finaliza.

O 12º núcleo do Cpers tem sede em Bento Gonçalves, mas engloba 18 municípios da região. Entre eles estão Carlos Barbosa, Coronel Pilar, Nova Prata, Veranópolis e Garibaldi.

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