O Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers) que representa a categoria estadual de ensino obteve uma liminar na Justiça que proíbe o Governo de demitir educadores que tenham entrado em greve. A intenção anunciada pelo Executivo, no início da semana, afetaria os servidores contratados temporariamente.

Paralisação já completa um mês

Segundo informações da Secretaria Estadual da Educação, que consultou todas as coordenadorias regionais, 210 escolas no Rio Grande do Sul estariam com as portas fechadas e 641 funcionando parcialmente por conta da greve. No entanto, coordenadores de quatro regiões não repassaram as informações para o levantamento.

Até o dia 20 de setembro, última informação obtida pelo Semanário sobre a paralisação em Bento Gonçalves, pelo menos quatro escolas permaneciam em greve e não havia perspectiva de retorno. Na maioria delas a paralisação ainda é parcial, inclusive na Escola Estadual Mestre Santa Bárbara.

O órgão informou que a decisão só pode ser revertida após decisão tomada em Assembleia. Além disso, a categoria espera um posicionamento do Governo Estadual pelo fim do parcelamento dos salários. A diretora-geral do 12º Núcleo do Cpers de Bento, Juçara Borges, garantiu que quem vai decidir pelo fim da greve e as datas de recuperação das aulas é o Governo Estadual, uma vez que depende do pagamento dos salários dos professores para os docentes voltarem às atividades. “Sempre que fizemos greve, recuperamos as aulas, mas enquanto estivermos com os salários parcelados, não faremos recuperação”, salienta.

O governo gaúcho diz compreender as dificuldades enfrentadas pelos servidores, mas destaca que o pagamento parcelado dos salários acaba sendo inevitável diante da crise financeira e da inexistência de recursos em caixa.

Além disso, segundo o Executivo, a greve dos professores não ajuda em nada a resolver os problemas, pelo contrário, penalizaria pais e estudantes.