Os corpos do primeiro-tenente Deroci de Almeida da Costa, de 46 anos, e do segundo-sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós, de 51 anos, foram localizados na noite de quarta-feira, 21, pelas equipes que trabalhavam durante uma semana nos escombros do prédio-sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP), em Porto Alegre, destruído em um incêndio na quarta-feira, 14. Os corpos foram localizados em uma diferença de cerca de quatro horas, após trabalho técnico de remoção de escombros e abertura de acessos na área da estrutura colapsada.

Durante a quarta-feira, bombeiros e cães farejadores deram indicações mais precisas quanto à localização em um acumulado de escombros de cerca de seis metros. As equipes de Busca e Salvamento e de Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas (Brec) deram sequência à remoção das estruturas dos pavimentos desabados até que localizaram o corpo do primeiro-tenente, por volta das 18h30min.

Quatro horas depois de encontrar uma das vítimas, as equipes de busca, resgate e salvamento do Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS) localizaram o segundo bombeiro desaparecido. O segundo-sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós foi encontrado por volta das 22h30min, a quatro metros do local onde estava o tenente Almeida. Ambos foram encontrados no térreo do edifício, próximos à entrada do Departamento de Comando e Controle Integrado (DDCI), sob os escombros. 

Em coletiva de imprensa, o governado do RS, Eduardo Leite agradeceu o trabalho das equipes na busca pelos dois colegas de profissão e lamentou a morte dos dois profissionais. “Mais uma vez, ressalto que esses bombeiros cumpriram ao extremo seu juramento de colocar sua vida em risco para salvar outras vidas. E, seguramente, salvaram muitas vidas, da sua própria guarnição, que estavam fazendo o combate ao incêndio, garantindo que ninguém ficasse para trás, assim como os 115 homens e mulheres que também cumpriram seu juramento de não deixar ninguém para trás e se mantiveram até agora em busca dos colegas desaparecidos”, disse.

Quem eram os bombeiros mortos

O tenente Almeida nasceu em Rio Grande e tinha 23 anos de profissão. Casado, pai de dois filhos, ele era o oficial responsável por despachar as viaturas para o combate ao incêndio. Porém, decidiu somar-se aos colegas no local.

Munhós estava na corporação desde 1990 e trabalhava na Divisão de Logística e Patrimônio do Corpo de Bombeiros, junto ao Comando-Geral. Mesmo com tempo de serviço para estar aposentado, seguia na ativa. Na noite do incêndio, de folga, decidiu ir para o local ajudar mesmo assim. 

Fotos: Rodrigo Ziebell / Ascom GVG e Reprodução