Desde março, quando foi determinado o distanciamento social por meio de decreto, muitas mudanças estão acontecendo. Aos poucos, as pessoas estão se adaptando ao “novo normal”, que não tem dia para acabar. Os hábitos de higiene, os estudos, trabalho e convívio familiar se alteraram drasticamente.

Para manter a segurança e evitar o contágio pelo coronavírus, algumas regras foram aderidas pela população de Bento Gonçalves. A proprietária de um salão de beleza, Cristiane Brito, diz que aprendeu novas formas de limpeza no seu estabelecimento. “Temos mais cuidados com as pessoas. Comecei a observar que outras coisas poderiam ser esterilizadas, como as escovas de cabelo. É bem interessante até para não transmitir outras doenças. Mudei a higienização em respeito aos clientes e a mim, porque tenho medo de pegar o vírus”, explica.

A higiene pessoal e a busca por manter a família segura é uma necessidade. A comerciante Michele Bruchez afirma que aderiu às mudanças básicas. “A questão de lavar frequentemente as mãos, manter a higienização mais intensa e usar a máscara. Acredito que sejam práticas simples, pois a maior dificuldade são as restrições de ficar impedido de sair, fazer suas atividades normais e encontros sociais. O restante é tranquilo de se adaptar”, relata

A empresária Marília Godoy também incluiu os hábitos de limpeza no dia a dia e em seu comércio. “Estou usando máscara, lavando as mãos com mais frequência, usando álcool em gel o tempo inteiro. Na minha loja, toda vez que sai uma pessoa, já limpo as superfícies. Acho que as coisas só vão melhorar se todo mundo fizer sua parte. Quanto mais a gente se cuidar, mais rápido a pandemia vai acabar”, argumenta.

A gerente comercial Caroline Capanema aponta os principais desafios que tem passado desde que começou a pandemia. “No início foi bem complexo, era difícil lembrar de higienizar as mãos sempre, demoramos para nos adaptar a chegar em casa e já trocar de roupa, ou mesmo lembrar de limpar os calçados sempre. A gente já se acostumou com esses novos hábitos, só o uso da máscara que é bem complicado, principalmente para o meu filho que é pequeno e às vezes não entende ou se irrita com a situação. Mas acredito que em breve isso também vai se tornar natural”, conclui.

O lado positivo da pandemia

Algumas pessoas optaram por mudar seus hábitos durante o isolamento, incluindo atividades produtivas, o que perdurou após o afrouxamento das medidas de distanciamento social. “Quando começou a pandemia, descartei o costume de assistir televisão. Já era uma coisa que não fazia, agora eliminei totalmente do meu cotidiano. Escolhi ocupar meu tempo com a leitura de livros, lendo um por semana. Isso tem sido importante para o aprendizado de coisas novas, conhecer sobre assuntos que eu não entendia antes, expandir o meu vocabulário, dentre vários outros benefícios”, afirma Cristiane.

O convívio com a família, durante o período de quarentena, também fez a cabeleireira perceber que é importante estreitar a relação com seus familiares. “Comecei a valorizar mais o tempo com eles. Antes, trabalhava de 12 a 15 horas por dia. Acreditava que depois entenderiam que eu estava trabalhando e que posteriormente poderia dedicar um momento às suas necessidades. Enxerguei com outros olhos a questão do lar, atribuo isso à pandemia. Eu era uma visita na minha casa. Por ter ficado esse período parada, acabei percebendo a falta que fazia estar ali”, conta.

Apesar de ter voltado a trabalhar, Caroline está com a carga horária reduzida, o que abre espaço para tornar os seus dias produtivos, mesmo em casa. “Agora, consigo me concentrar mais e como diminuíram minhas horas de trabalho, tenho bastante tempo para ler e estudar. Apesar dos percalços causados pela pandemia, encarei a situação como uma oportunidade para ampliar os meus conhecimentos e adquirir bagagem cultural”, diz.

Além de buscar soluções para crescimento pessoal, a gerente comercial também conseguiu ter um relacionamento melhor com a família. “Tenho mais tempo para cultivar uma convivência mais próxima com o meu filho, pois antes trabalhava direto. Eu e meu marido conseguimos ter mais tempo para brincar com ele, desenvolver as atividades que ele faria se estivesse na escola, consigo ensiná-lo a como se prevenir e aderir os hábitos de higiene, não preciso mais deixar ele aos cuidados da minha mãe”, completa.