O projeto de ampliação de testes para detecção do novo coronavírus no Rio Grande do Sul vai contemplar o município de Bento Gonçalves. A informação foi confirmada pelo governador do Estado, Eduardo Leite, na tarde desta quinta-feira, 23, durante o lançamento do programa. A aplicação de testes em grande escala é considerada uma das estratégias mais eficazes para controlar a pandemia da Covid-19. Além da Capital do Vinho, Caxias do Sul e Farroupilha também integram a lista dos 30 municípios com mais de 40 mil habitantes e que vão fazer parte da primeira etapa do projeto.

Segundo o governador, o Testar RS deverá integrar secretarias municipais da saúde, Governo do RS, Ministério da Saúde e contará com apoio da iniciativa privada. A intenção do governo é aumentar de um mil para oito mil, o número de exames diários do ripo RT-PCR, considerado o teste mais eficiente para o diagnóstico da doença. “A Covid-19 é uma doença nova, que assusta e ensina. Hoje, já sabemos que o seu enfrentamento envolve uma série de ações complementares”, disse Leite.

Com a nova proposta apresentada, o governo espera traçar estratégias mais eficientes e justas nos modelos de distanciamento social adotados. A intenção é quebrar a cadeia de transmissão do vírus. “A intenção é diagnosticar mais rapidamente, fazendo busca ativa pelas pessoas contactantes de casos confirmados para testá-las também. Se confirmar o diagnóstico poderemos fazer rapidamente o isolamento. Com isso, queremos reduzir a transmissão comunitária do vírus e reduzir o crescimento da curva epidêmica de forma a assegurar a capacidade de atendimento hospitalar no RS”, apontou Leite.

Projeto será dividido em duas etapas

Com início nesta quinta-feira, 23, o projeto será separado por duas etapas. A primeira delas envolve dois grupos prioritários: as cerca de 800 Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPIs), devido ao alto risco de exposição ao vírus, evidenciado pelos diversos surtos nesses locais, e os estabelecimentos de saúde, que têm muitos profissionais afastados por suspeita e precisam estar seguros para atuarem no combate à pandemia terão ampliadas as testagens.

Também fazem parte na fase inicial pessoas com sintomas gripais que residam nos 30 maiores municípios com mais de 40 mil habitantes e maior incidência de casos confirmados de Covid-19.

De acordo com Leite, de imediato, o governo deverá disponibilizar a realização de mais de um mil testes diários, que serão encaminhados para o Laboratório Central de Saúde Pública do RS (Lacen) e outros dois laboratórios no Paraná e em São Paulo. Com a chegada de um equipamento extrator do Ministério da Saúde, juntamente com os kits de insumos, os resultados deverão sair mais rápidos, dando agilidade no processo que hoje é feito de forma manual. “Com cada extrator, poderemos dobrar a capacidade de testagem”, afirmou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

O envio de 500 mil testes para executar esse projeto, através do Ministério da Saúde, possibilitará alcançar os sete mil exames diários na segunda fase do projeto, além dos um mil testes que hoje já são realizados.

Nesta etapa, que será iniciada em agosto e que alcançará todo o Estado, mais dois grupos serão amplamente testados: os casos sintomáticos e os casos suspeitos por serem contactantes próximos de caso confirmado de Covid-19.

Para essa segunda fase, a começar em agosto, a tecnologia e a adesão da população serão fundamentais para poderem ser rastreados e isolados possíveis contaminados e que estão assintomáticos. Serão usados os dados do aplicativo Dados do Bem, desenvolvido pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, para identificar as pessoas que tiveram contato com quem foi testado positivo para o coronavírus.

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