Quem transita por Bento Gonçalves, principalmente pelo centro da cidade, pode observar os cartazes espalhados pelas vitrines com a máxima: “Contrata-se!”. A falta de mão de obra no comércio tem se tornado um desafio para os empresários, não apenas da nossa cidade, mas de todo o país.

Não é de hoje que o setor do comércio vem sofrendo com isso, mas dos últimos anos pra cá, essa situação atingiu um ponto crítico. Essa crise de contratação está gerando impactos significativos no atendimento aos clientes e no funcionamento diário do varejo em geral, por estarem operando com equipes reduzidas. Isso pode resultar tanto na queda da eficiência do atendimento, como na demora do atendimento, longas filas nos caixas dos mercados e até falta de reposição dos produtos.

E porque isso está acontecendo? A falta de funcionários no comércio é um problema complexo que requer uma abordagem ligada a diversos aspectos. Um dos motivos pode vir das deficiências no sistema educacional que enfatizam a teoria e não desenvolvem as habilidades dos estudantes. Habilidades como a comunicação, trabalho em equipe e a resolução de conflitos, que são essenciais para poder interagir com os clientes e colegas de equipe. Essa também é uma resposta para a migração de muitos trabalhadores para o mercado de tecnologia e o comércio online.

Outro possível motivo pode ter advindo da pandemia que apresentou aos trabalhadores as condições de trabalho mais flexíveis: trabalhando de forma remota e até com horários diferenciados. Algo que pode ser mais difícil de encontrar em empregos no comércio, que necessitam estar com as portas abertas e a operação funcionando em horários fixos.

Além flexibilizar e revisar os critérios de seleção, é importante rever, nas empresas, critérios para reter os talentos que atualmente estão no comércio: manter um ambiente de trabalho positivo, promover a cultura do reconhecimento sem esquecer dos feedbacks e, sempre, manter uma comunicação clara e aberta com os funcionários para construir confiança e transparência.

Esse desequilíbrio no comércio não é o primeiro e nem será o último desafio que enfrentaremos para mantermos nossos negócios abertos. Com a sinergia dos esforços será possível superar esse desafio e o comércio seguirá próspero. A barriga no balcão e a relação genuína entre clientes e vendedores sempre moverá o comércio e a vontade dos empresários de abrir as portas todos os dias com sorriso no rosto e orgulho dos seus negócios.