O que seria de nós bento-gonçalvenses, sem lembrar-se das primeiras vindimas, das primeiras indústrias do vinho? Bento Gonçalves hoje faz parte da história universal do vinho. Historicamente observamos que o industrialista Carlos Franzoni e Marieta, sua esposa, (1900) eram os que davam opinião sobre o paladar e a ordem de venda, exclusivamente pelo gosto, sem determinação analítica, na época. Foram pioneiros na construção de piletas revestidas de azulejo. Pode-se dizer que, a exemplo dessa organização, as outras, com maior volume de preparo industrial que se seguiram, em Bento Gonçalves, foram Allegretti, Salton, Mônaco, Dreher, com suas vendas em quase toda a região. Inclusive esses industriais contavam com a contribuição de um enólogo italiano, do químico e de seus proprietários, embora sem o nível de conhecimento teórico da análise sensorial, apreciavam o seu paladar como condição de comercialização. Com formação em escola italiana, Lourenço e Horácio Mônaco (1908), Paolo Fenocchio (1952), Luighi Pesetto (1949), direta ou indiretamente contribuíram para o processo de produção.

Imigrantes e descendentes de europeus, como Carlos e Erni Dreher, Paulo Salton, hoje Vinhos Salton, e Armando Peterlongo (1910). Esses industriais tinham uma bagagem prática e sensível para o esmero de sua produção.
As notas estatísticas do cooperativismo vinícola, ou seja, o seu percentual de participação na produção das cooperativas vinícolas, sediadas em 27 municípios, sendo que as três maiores cidades em produção: Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul.

Em 1930 surgiu a Companhia Vinícola Rio-Grandense, com muitos produtos e uma complexidade de sabores, com cultivo de uvas viníferas europeias. Foi um marco histórico.

Antes de surgir a Escola Técnica no Brasil, a família dos industrialistas dos Vinhos Salton, destinou Dorval Salton para estudos na Argentina, na Faculdade Tecnológica de Enologia Dom Bosco da Universidade Ivan Maza.

Conhecendo a realidade de hoje, notam-se muitas mudanças. Em nosso país, o preparo do vinho passou por transformações e melhoramentos. Marcamos outros tempos, e a tecnologia está à disposição.

No Laboratório de Analise Sensorial da Embrapa, em Bento Gonçalves, nos anos 2000 e 2001, foram desenvolvidos testes de alta tecnologia e descritores sensoriais, na formação e aprimoramento de especialistas, como o grupo dos técnicos da seleção da avaliação nacional.

Lembrando também que em novembro de 2004, em Bento Gonçalves, enólogos do mundo inteiro estiveram reunidos para o maior evento, a Assembleia Geral da União Internacional dos Enólogos. Foi a primeira vez que o evento foi realizado fora da Europa.

Parabéns Bento Gonçalves com sua HISTÓRIA!!

Fonte: Vinhos, degustação e serviços – Englo. Firmino Splendor