Guerra Fria

Estados Unidos e China têm intensificado uma verdadeira disputa que envolve, basicamente, quatro importantes marcadores geopolíticos que merecem atenção redobrada:

1) as águas perigosas do Mar do Sul da China, que revelam potencial de ser um dos principais confrontos marítimos do século;
2) a geopolítica do 5G, que tem dividido o mundo em dois ecossistemas tecnológicos: o americano e o chinês;
3) a inteligência internacional, com as recentes acusações americanas do envolvimento chinês com espionagem nos EUA;
4) a diplomacia, com o encerramento das atividades consulares chinesas em Houston, Texas, e americanas, na cidade chinesa de Chengdu.

O Brasil

Nesse cenário, nosso país navegará em águas perigosas. Deverá, no futuro breve, fazer uma escolha em seu leilão de frequências 5G, entre a tecnologia americana ou chinesa.
Já no aspecto comercial, a depender da escalada de tensão entre os Estados Unidos e a China, o Brasil deverá tomar um posicionamento.
Nas exportações do país, (de janeiro a julho de 2020), a China já representa 34% e os Estados Unidos, 10%. Nas importações, a China fica com 23% e Estados Unidos, 18%.
São os dois principais mercados externos do Brasil.

Rio Grande do Sul

A China é o principal destino internacional do Rio Grande do Sul. Os chineses representam 34% das nossas exportações, até o momento (período Jan-Jul). O segundo maior destino são os Estados Unidos, seguido da Argentina e Bélgica.
A variação nas exportações e importações foi negativa, na ordem de 23% e 27%, respectivamente, no mesmo período.
As importações do Estado são lideradas pelos mercados: argentino, americano e chinês.
A Nigéria chamou atenção, com uma variação positiva de 611%.

Bento Gonçalves

O município é o 32º no ranking das exportações gaúchas. Os seus principais destinos são (período de Jan-Jul): Uruguai (17%), Estados Unidos (15%), Colômbia (13%) e Peru (6,7%).
A América Latina é o principal mercado de exportações, com participação de 60%. Lidera a exportação de móveis e outros, compondo 54% dos envios.
O mercado europeu ainda tem uma posição tímida nas exportações do município (cerca de 10%).
O mesmo tem grande potencial de evolução e, certamente, merece uma estratégia, segundo o levantamento da coluna.
A China irá chamar a atenção no campo das importações do município, liderando com a participação de 23%, seguidos por Estados Unidos (18%), Argentina (18%) e Itália (12%).
Os dados estatísticos são do Ministério da Economia.

Cezar Roedel
Consultor em Relações Internacionais
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