A antiga estrutura foi levada pela chuva em setembro de 2023. Segundo o Daer, a empresa contratada deve iniciar os trabalhos em abril; a previsão de conclusão é para fevereiro de 2026
Na manhã de terça-feira, dia 1, na ERS-431, em Linha Alcântara, cerca de 20 moradores e usuários da balsa entre os municípios de Santa Tereza e São Valentim do Sul protestaram pela demora na construção da ponte na localidade, que caiu em setembro de 2023. Em depoimento, o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Bento Gonçalves (Sitracon-BG), Alexandro Giuriatti, reclamou da espera de 18 meses. “Nada foi feito. Governador Eduardo Leite nos dê uma luz, pois é muito fácil fazer vídeo nas redes, mas botar o pé no barro é outra coisa. Cadê nossa ponte?”, indaga.
Os manifestantes também pedem por melhores condições na rodovia estadual
A empresa vencedora da licitação tem prazo contratual para iniciar as obras até o final de abril e a nova previsão para inauguração da ponte é em fevereiro de 2026. A data inicial prevista, para o segundo semestre de 2025, não se confirmará.

Em fevereiro, o Daer (Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem) notificou a empresa Vereda Engenharia, de Belo Horizonte, devido ao atraso na apresentação da documentação necessária.
A partir de então, a empresa fez a entrega dos documentos. A equipe técnica do Daer analisou e solicitou para a mesma complementações de informações referentes a duas questões técnicas para, na sequência, liberar o início das obras. A empresa vencedora da licitação tem prazo contratual para começar as obras em abril e a partir de então a previsão de conclusão é para fevereiro de 2026.
A nova estrutura será erguida na ERS-431, substituindo a ponte destruída pela enchente do Rio Taquari em setembro de 2023. Através dela, será restabelecida a conexão entre Bento Gonçalves, Santa Tereza e São Valentim do Sul. Desde a tragédia, a população tem enfrentado dificuldades na mobilidade, precisando utilizar uma balsa para a travessia.

O investimento total para a obra é de R$31,3 milhões, sendo R$24,4 milhões provenientes do governo federal e R$6,9 milhões do Estado. A construção será realizada pelo Regime de Contratação Integrada (RCI), que inclui o desenvolvimento do projeto e a execução da obra. A nova ponte terá 320 metros de extensão, 51m a mais que a anterior, e será projetada para suportar um maior volume de carga, garantindo mais segurança e durabilidade.

Impactos na região
Segundo a prefeita de Santa Tereza, Gisele Caumo, a queda da ponte impactou muito a economia local. “Cabe salientar que a maior parte do escoamento da produção de Santa Tereza, se dá pela RS-444, sendo esta ponte, a ligação entre dois trechos da RS-431. A perda da ponte, certamente gerou impactos negativos à economia local e regional como um todo, por dificultar acessos e ocasionar a necessidade de utilização de outras vias, de maior extensão, aumentando custos tanto para empresas, quanto para pessoas que, por diversas finalidades, deslocavam-se utilizando a ponte. Todo esse contexto pode gerar, inclusive, redução temporária dos investimentos por parte do setor produtivo, o que também impacta diretamente a economia. Apesar das dificuldades impostas, as soluções paliativas amenizam os transtornos e danos, enquanto a resolução definitiva não se concretiza”, frisa.
Ela reforça suas expectativas para a nova ponte. “A principal expectativa é de que o projeto saia do papel, de que a obra inicie e transcorra sem interrupções, concretizando-se dentro do prazo estabelecido no contrato firmado entre a empresa e o Estado, a partir do certame licitatório. Não restam dúvidas de que com a conclusão da ponte, todos os setores que movimentam a economia da região, serão alavancados, pois a rota onde a ponte estava inserida, era a alternativa principal para muitos usuários que, pelas dificuldades impostas pela solução paliativa (balsa), acabaram optando por outras vias, de maior extensão. Com a reconstrução da ponte, essa rota volta a ser a principal opção, fazendo com que, não somente Santa Tereza, mas todos os municípios das regiões envolvidas, vivenciem o retorno de uma normalidade, criando expectativas de expansão dos setores e, consequentemente, fomento à economia”, reitera.
Esperança
Já Luci Bombassaro, vereadora de São Valentim do Sul diz que tem muita esperança que tudo se resolva da melhor maneira possível e com o prazo estipulado pela empresa contratada para a execução. “Tudo que eu podia ter feito para esta execução eu fiz, mas é muita burocracia e prazos e isso nos deixa um pouco inseguros. A fé, a esperança e confiança nos envolvidos me deixa mais segura que tudo deve ocorrer como previsto”, destaca a política, que junto de outros 10 moradores criou a página no Instagram “Juntos pela RS-431, ponte Santa Bárbara”.
No ambiente virtual, eles divulgam as condições da rodovia e os diversos acidentes que têm ocorrido nos últimos meses. Muitos moradores seguem descrentes que o início da construção da ponte comece neste mês.
Segue o uso da balsa
Até que a obra seja concluída, a travessia segue sendo feita por meio de uma balsa, que opera diariamente das 5h às 23h. A embarcação comporta até 15 veículos leves por viagem, mas a alternativa, embora funcional, impõe desafios para motoristas e moradores que dependem da rota.
Tabela de valores da balsa
Veículos de passeio – R$ 9,64
Bicicleta – R$ 1,92
Moto – R$ 2,40
Carroças – R$ 3,17
Auto com reboque – R$ 14,44
Coletivo – R$ 42,37
Carga leve – R$ 42,37
Carga média – R$ 42,37
Carga pesada – R$ 56,81
Carga ultra pesada – R$ 60,66