Fiéis e agricultores de diversas localidades participaram da festa e muitos levaram seus automóveis à procissão motorizada para serem abençoados
Em comemoração ao Dia do Colono, a localidade da Linha 32, no interior do município de Pinto Bandeira, homenageou todos aqueles agricultores que trabalham diariamente produzindo alimentos para toda a população. Neste dia, também, em celebração à data do motorista, ocorreu a procissão de São Cristóvão, onde o Padre Clóvis Luiz Rombaldi abençoou os carros, tratores e caminhões.
A festa tradicional, que está em sua 37º edição, ocorre no município e reúne pessoas de diversas localidades da região, somando-se no grande almoço em torno de 500 pessoas. Antes disso, o roteiro inicia com a procissão que vai até o salão da Nossa Senhora da Misericórdia, onde o padre concede as bênçãos.
Dia do Colono
O dia 25 é bastante importante, principalmente para os moradores do interior do município, onde os agricultores vivem e trabalham. Dorvalina De La Costa é uma dessas trabalhadoras que se sente feliz pela data. “Os colonos também merecem seu dia, trabalhamos e lutamos muito pela alimentação das pessoas, portanto, há uma necessidade em comemorarmos esse momento homenageando os agricultores”, relata.
Padre Clóvis Luiz Rombaldi participa da cerimônia há quatro anos, e é ele quem realiza as bênçãos e a missa campal que ocorre antes do almoço. Ele acredita que a data é marcada pela fé. “Este dia representa a expressão de toda a nossa gratidão a Deus pela força que ele concede aos nossos agricultores. Dia 25 nós celebramos São Cristóvão, o patrono dos motoristas, comemorando o Dia do Motorista e do Colono, portanto, que nós possamos festejar São Cristóvão e Santo Isidoro, que é o padroeiro dos agricultores. E que nosso Senhor abençoe esse trabalho feito com tanta dedicação e esforço dos nossos cultivadores e colonos, pois são eles que cuidam do alimento que chega em nossa mesa”, finaliza.
A primeira edição
A festa, que hoje em dia é um sucesso, teve seu início na década de 80. Um sonho idealizado por um tio e um sobrinho que sabiam da importância de homenagear aqueles que fazem parte deste trabalho tão difícil e árduo. Nestor Paese, atualmente aposentado, iniciou o primeiro festejo ao lado de seu tio já falecido, Isidoro Paese. “Fui o primeiro realizador dessa festividade junto com o meu falecido tio, depois permaneci participando. O significado da nossa festa é honrar o colono, aquele que é o carro chefe da nossa nação, já que são eles que servem o alimento ao nosso povo”, realça.
Nestor relembra que, no começo, a primeira edição da cerimônia não teve tanta adesão, mas mal sabiam que seria o início de um legado à região. “O festejo está esperando em torno de 500 pessoas, a primeira que fizemos contou com 50. O almoço inicial era um carreteiro de coração, hoje em dia tem mais opções. Então foi uma festa que cresceu muito em nossa comunidade e que todos ficam felizes de participar”, relata.
Organização
Alcindo Paese é festeiro da celebração e também agricultor. Ele tem muito orgulho de ter sido convidado para realizar esta tarefa, e mesmo sendo de outra comunidade, participa com louvor. “Ser festeiro para mim é ajudar a comunidade, dar sempre o nosso melhor. Para nós é uma satisfação participar desta festa e representá-la. Mesmo sendo da comunidade de São Pedro, nós ajudamos como se fossemos uma só”, traz.
Os fabriqueiros também são uma parte importante da comemoração já que junto aos casais festivos, ajudam a organizar para que a festa seja a melhor possível. Luana Spadari é uma das fabriqueiras e ao total são quatro casais que fazem parte desta missão. “ Ela é feita todos anos, é uma tradição aqui da comunidade, então todo o 25 de julho nós nos organizamos para realizar este evento. E como nós costumamos trabalhar em comunidade conseguimos fazer uma boa festa”, finaliza.
A celebração reúne tradicionalmente as famílias, como é o caso de Amanda Lerin que desde criança participa das festas, e hoje aos seus 21 anos, tem um carinho muito grande pelo momento. “Desde criança vinha com os meus familiares, então faz uns 20 anos que faço parte. Significa muito para mim esta festa, porque toda a minha família são colonos, agricultores e motoristas. Então significa o nosso trabalho, o nosso sustento e a nossa vida. Acreditamos desde sempre em São Cristóvão, então é uma sensação de proteção muito forte para mim e toda a família. Além da procissão que é linda, a missa é bonita e o almoço delicioso, tudo é muito bom. E tem um bom público, vem todo mundo que é colono e motorista pedir bênção aos carros e à colheita”, conclui.