Num quadro de incertezas como o que está sendo vivido pelas pessoas, atualmente, em razão da pandemia mundial provocada pelo coronavírus, algumas atividades produtivas se tornam alternativas econômicas para fazer frente às necessidades como, por exemplo, manter uma família. São inúmeras as opções que permeiam o chamado mercado informal, em que as pessoas – pais, filhos, e parentes mais próximos – se jogam em algum tipo de produção que seja capaz de render o dinheiro que precisam para a manutenção da casa.

Muita gente faz alimentos para vender, congelados, por exemplo. Outros executam serviços domésticos e também cobram por isso. Há quem decida ser motorista de aplicativo, algo bem comum nos dias atuais. E muitos, como os descendentes da etnia italiana, literalmente põem a mão na massa para produzirem quase tudo que vão consumir. Dos produtos da horta à criação de aves ou animais, até plantações como, na região se destaca, o cultivo de videiras para fazer o vinho.

Na edição deste sábado, o Semanário mostra uma reportagem sobre a produção de sabão caseiro, por uma comunidade terapêutica de Bento Gonçalves. Os internos, sob supervisão de monitores, produzem sabão que são destinados na forma de doação para quem necessita. A industrialização, porém, segue o ritmo artesanal, o mesmo que os antepassados italianos utilizavam para obter o que necessitavam no seu dia a dia.

Paralelo ao sabão caseiro, não faltam pessoas que fazem detergentes, e muitos outros produtos que podem ser utilizados em casa, seja para alimentação, manutenção e higienização, inclusive de roupas, pratos e talheres, ou do próprio corpo, sem que existam riscos à saúde. São produtos que substituem às centenas de marcas de similares industrializados em larga escala, vendidos no comércio formal pelos mais variados preços, valores que são estabelecidos pelo volume, a composição, mas na grande maioria das vezes simplesmente pelo formato ou cor da embalagem.

A economia informal é uma realidade inquestionável e, assim como antigamente, serve para a manutenção de muitas famílias.

É uma atividade como qualquer outra, com uma inequívoca vantagem: enquanto uma família está se dedicando a esta tarefa produtiva, gerando renda para si e ocupação aos seus membros, está promovendo uma sociedade mais ciente dos seus direitos e deveres, formando cidadãos conscientes das suas atribuições.