Pedágios – fim da discussão

Governo do Estado encerrou o debate e diálogo com lideranças em torno da concessão, à iniciativa privada, de 1.131 quilômetros de rodovias estaduais. Não vai cobrar outorga, retirou a trava de 25% e a substituiu por um mecanismo chamado “contra aporte” através do qual exigirá um depósito para garantir a execução dos investimentos. Assim, criou-se a possibilidade de os pedágios custarem menos, vão custar em torno de 7 reais. Para o Secretário de Parcerias Estratégicas, Leonardo Busatto, “não se pode agradar a todos, mas o governo ouviu os anseios e demandas da sociedade, a decisão veio de encontro as reivindicações de Prefeitos, Vereadores e Entidades”.

Repercussão

Para o Presidente da Associação de Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha, Elton Gialdi, “a proposta desestimula, nossa posição é de total inviabilidade, é algo irreal, fora dos padrões do Brasil e Exterior”. A Presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento Econômico da Serra, Monica Mattia, desse que “as pessoas ficaram mais tranquilas apesar de ter insatisfeitos”. O Presidente da Câmara da Indústria e Comércio e Serviços de Caxias, Ivanir Gasperin, aprovou o novo modelo, “a preocupação com o modelo anterior era o valor final da tarifa”.

Conclusão

Como se vê nos depoimentos acima, difícil agradar a todos, ficaríamos indefinidamente discutindo ou analisando e, como eu havia dito, que decisão do governo tenderia também para o lado político, desagradar o menor número de lideranças possíveis e não causar grande impacto no bolso do pedagiado. Daqui uns dias, ainda em dezembro, sairão os editais. A melhoria das rodovias levará anos, porém é um processo necessário, gestão de rodovias nas mãos do estado é um processo demorado e oneroso. Vejam o pedágio de Portão, o que o Governo arrecada com ele não está revertendo em melhorias na rodovia, o dinheiro vai para o caixa único do Estado. No entanto, o Governo priorizou, com o dinheiro público, independente do pedágio que está por vir, uma série de obras rodoviárias, na Vendelino os buracos desapareceram, a ligação Sapucaia-Gravataí foi remodelada, a Rota do Sol está sendo melhorada, mas as medidas visam tirar as rodovias do estado da calamidade em que se encontravam. Rodovias modernas, duplicadas, sinalizadas? Só com o pedágio. Que venha logo, apesar de que nós, Bentogonçalvenses, vamos ficar admirando que a primeira e mais cara obra será a duplicação do trecho Farroupilha-Vendelino, fazendo com que Caxias vá a Porto Alegre com estrada duplicada. Nós aqui? Atrás dos caminhões ao utilizar a Vendelino, e o martírio perigoso da Bento-Farroupilha. “Prima mi dopo i altri”, assim pensa Caxias. E, entre CICS-SERRA e Caxias o Governador fica com Caxias, tem expressiva força eleitoral. Capichi?

Caminho do Pão e Vinho

ENCANTADO – MUÇUM – ROCA SALES – SANTA TEREZA, estão vibrando. Ontem, o Governador assinou, em Roca Sales, convênio para o asfaltamento do que denominaram CAMINHO DO PÃO E VINHO. Imaginem o pessoal das Missões, ou da Grande Porto Alegre. Vem até Lajeado, de lá até Encantado, visitar o Cristo; margeia o Antas com sua beleza incrível em Campinho, visita o Centro de Santa Tereza, cenário bucólico, poético e cinematográfico, sobe para Monte Belo e se delicia com suas pousadas e atrações turísticas, ingressa no Vale dos Vinhedos e, “segue os rumos do seu próprio coração”. Você faria este trajeto, lindo e agradável, se tivesse que fazer uns 20 quilômetros de estrada de chão? Certo que não. Vejam então a importância do compromisso do Governo em asfaltá-lo. Prefeita Gisele Caumo, de manifesta projeção de liderança regional, vai sapatear até que tudo fique “como o diabo gosta”, diria meu avô ao definir coisas boas.

A Igreja Católica – I

Não cheguei lá ainda no VIDA VIVIDA mas vou “abreviar o caminho da roça”. Vindo do BARRACÃO CITY, aos 12 anos, não tinha eu dinheiro para ir ao matinê dominical do Cine Popular, que pertencia aos padres. Ouvi falar que a Paróquia Santo Antonio precisava de Coroinhas e que, após prestado o serviço, ganhavam ingresso para o cinema. Havia poucos Coroinhas em razão do Pe. Mânica, que puxava as orelhas da gurizada, expulsava da Igreja, ameaçando de excomungar, mulheres sem véu na cabeça, essas coisas de Padre Severo. Mas, lá fui eu, sempre louco para ver o ROY ROGERS e seu cavalo branco TRIGGER, disposto a tudo. Sem nenhum treinamento, me deram a bata, me colocaram na porta de entrada do altar e, de repente, veio a ordem: “entrem”, eu e mais um. Chego no altar e dou de cara com quem? Sabe quem? O Pe. Mânica, rezando a missa. Começei a tremer “que nem vara curta”. Meu problema não era ser um anjinho decorador no altar, mas tocar aquele sino que pesava mais de que uma enxada lá do Barracão. Eu imaginava a hora que devia tocar e lá vinha o Padre Mânica: “não é hora Guri”! Aí eu não tocava o sino, vai saber a hora, e lá vinha o Pe. Mânica: “não vai tocar esse sino Guri”? Aí eu tocava o sino sem parar, vai saber quando tinha que parar, e lá vinha o Pe. Mânica de novo: “não vai parar Guri”? Querem saber? Minha vida de Coroinha durou duas missas. Arrumei um outro jeito de ir ver o ROY, conto a vocês mais adiante.

A Igreja Católica – II

Mais adiante, moço e casado, vieram me convidar, insistiram um monte nisso, para ser festeiro de Santo Antônio. “Força de dai” aceitei mas impus uma condição: quero como “companheiro de chapa” o meu amigo Mauro Gasperin, porque eu sabia que ele seria um bom financeiro de uma festa que estava no mais completo estado falimentar, “missão de Deus”, pensei. Terminada a festa, que deu um montão de dinheiro, lá veio o Bispo para agradecer os serviços prestados e levar a grana embora, sob o argumento de que o “Vaticano precisa”. “Ah não, dissemos, pode até levar, mas metade da grana vai ficar aqui para pintar a Igreja e reformar a cozinha”. Bem, negociamos com Dom Paulo Moretto, a contento. Tempos depois, não mais de 90 dias, o que o Bispo fez? Transferiu os Padres Alcindo Trubian e Delvino Marin “uns queridos” como diria uma amiga minha. Fomos até o Bispo reivindicar a permanência, tomamos um “chá de banco” lá na “residência Bispal”. Quando ele veio o diálogo foi o seguinte, juro a vocês, nunca mais esqueci: “pois não, em que posso ser útil”? E nós: “Don Paulo, não é justo, os Padres foram parceiros no fazer a festa, são queridos na comunidade, deixe eles lá, estamos felizes e na paz de Deus”. E o Don Paulo respondeu: “os Padres foram feitos para rezar missa e não para serem líderes comunitários, com licença”! E se mandou da sala, assim, assim. Nos olhamos, eu e o Mauro, tratamos de encontrar a porta de saída, nem sacristão tinha para nos mostrar onde era. Não deu tempo nem de dizer ao Bispo “mas REVERENDÍSSIMO”, O Pe. Mânica sempre foi líder comunitário a tal ponto de que a Primeira Fenavinho saiu porque ele fez sair e ninguém tira o Pe. Mânica de Bento”! Ficou o “não dito pelo não dito”, o Bispo não ouviu.

O padre Ricardo

Padre Ricardo Fontana, com o Santo Antônio e o Jesus Bambin no colo
Pe. Volmir Comparin, que terá a missão de comandar a catequização dos paroquianos da Santo Antônio

Foi-se embora o Pe. Ricardo, o Bispo o nomeou REITOR DO SANTUÁRIO DE CARAVAGGIO, nem sabia que tinha esse cargo lá no Caravággio, onde já hospedei o Esportivo, na casa dos Padres, e onde fiz um retiro espiritual que deveria durar uma semana, mas durou um dia porque pulei pela janela e “escapuli”, vim a pé pela estrada até arrumar carona. E, lá onde está a estátua da Virgem, peguei o ‘pinga pinga’ da Ozelame até Bento. Naquela idade, de tanto ouvir falar “como o diabo gosta” da boca do meu avô, que era extremamente religioso, eu tava mais pro lado do diabo do que do lado de Deus, a tal ponto de que na minha última confissão fui “condenado a rezar 330 ave marias, tô devendo 300. Quem era o Padre confessor? O Padre Mânica, né! No lugar do Pe. Ricardo vem o Pe. Volmir Comparin, parecido com o Hilton, Superintendente do Tacchini e, parece eu Coroinha com aquela veste. Seja bem vindo meu caro Pe. Volmir que o Senhor tenha uma vida religiosa longa, que o Senhor também venha ser Ministro do Supremo como foi parar lá o Ministro que é Evangélico. Não consigo entender essa política da Igreja Católica. O Pe. Ricardo era amado entre nós, conquistava os fiéis, tinha profunda admiração das lideranças, quantas e quantas pessoas do povo ouvi dizer que amavam o Pe. Ricardo, “a bondade em pessoa”. Porque transferi-lo? Estaria ele querendo descansar? Olhando a coisa pelo lado bom, como todo mundo aqui em Bento é ligadão em Caravaggio, o movimento de peregrinação de beatas e beatos vai aumentar porque se íamos a Caravaggio visitar a Nossa Senhora agora vamos para visitar Nossa Senhora e o amigo dela, e nosso, Pe. Ricardo. Vida longa e feliz Pe. Ricardo, no belo cenário de Caravaggio que invoca religiosidade, alegria e paz.