Panorama de pouca visão

Fui no lançamento da revista PANORAMA SOCIOECONÔMICO, editada pelo CIC. Fundamentada em dados de 2018 e com algumas informações relativas a 2019 que dependem de comprovação como as da Secretaria de Turismo. Por outro lado, a revista não deixa claro que universo de empresas a revista abrangeu. Todas? 70%? 60%? O que a descaracteriza e a torna simplesmente um instrumento promocional. Mas era preciso editá-la, porém sou mais favorável a termos um controle semestral dos avanços ou retrocessos de nosso PIB municipal, com amplo debate sobre o assunto. Já externei essa minha posição aos dirigentes da entidade. Por outro lado, lançar-se uma obra dessas num café da manhã, em curto espaço de tempo, sem análises profundas, sem debates, é pouco para “um dos municípios mais admirados do mundo”.

Novo presidente

A Diretoria do CIC, presidida por Elton Gialdi, impôs, a sua maneira, a volta da FENAVINHO. Não parece mais importar de que maneira o CIC adjudicou a Fenavinho, a guerra foi vencida, nela houve “violência”, “saques”, incorporação de territórios (marca), mas a guerra de retorno da festa máxima de Bento foi eleita. O CIC também contribuiu, de forma decisiva, para a volta do Esportivo à primeira divisão e na sua sustentação financeira. Assume a Entidade, agora, o empresário do ramo imobiliário Rogério Capoani. Havia uma expectativa que a entidade caísse nas mãos de um empresário representante da indústria, de acordo com convenção que teria sido estabelecida, sob o argumento de que “se manteria, com esta alternância, um equilíbrio das ações do CIC na defesa de nosso parque industrial”.

Prefeito Pasin, se não se eleger Deputado Estadual, terá sido a maior zebra do século

Ao ser anunciado como sucessor de Gialdi, Capoani recebeu efusivos aplausos, o que demonstrou que sua “indicação” seguiu uma linha de tendência natural dentro da Entidade. Não há mais “lamentos” no Município com relação a Fenavinho, Esportivo, Consepro, solução que necessitou vultuosas aplicações financeiras. Restou apenas a vontade de termos, nas próximas eleições, um Prefeito gestor, um Deputado Estadual e Deputado Federal. Este é o anseio de nossas “forças vivas”. Para Deputado Estadual, o Prefeito Pasin, com sua supremacia, parece se encaminhar bem, afinal, “ele só pensa naquilo”. Rogério Capoani tem ares de diplomata, é cordial, receptivo, democrata, vai ouvir muito, sua gestão não terá riscos, apenas exigirá a profundidade e o resultado de boas relações humanas. Bento precisa avançar, precisa de sucessão qualificada, precisa de planejamento, precisa ir de encontro a solução de nossas questões sociais, nisso tudo o CIC, através de Rogério Capoani e sua diretoria, desempenhará uma importância fundamental desde que tenha uma postura independente e firme, do tipo “Bento acima de tudo”.

O setor moveleiro

Os moveleiros de Bento estão coesos, unidos, formatados, planejaram o presente buscando a sustentabilidade e estão com o futuro planejado. É um mundo à parte no contexto do segmento industrial de Bento, não cresce dentro do que seria plausível, porém não se desestabiliza. Quando viu que fixar um norte dependia de acabar com a fragilidade das entidades a nível estadual e federal, tomou conta. Atuar com firmeza, determinação, foco e planejamento em favor do setor é com o pessoal de Bento. Assim, Maristela Longhi, elogiada por Daniel Randon no CIC com a afirmação “trabalha muito”, foi presidir a ABIMÓVEL, entidade a nível nacional.

Rogério Frâncio está sucedendo a Volnei Benini na presidência da MOVERGS, entidade do setor a nível estadual. E aqui em Bento, o SINDMÓVEIS é presidido por VINICIUS BENINI, filho e cria de Volnei Benini, o sempre líder e sempre presidente. Soma-se a eles, em meio a tantos outros, de maneira especial, HENRIQUE TECHHIO, experiente a nível internacional de feiras e conhecimento do setor, solidário, figura ímpar. O recado que constantemente os moveleiros de Bento mandam é “CRISE, meu nome é trabalho”. E “vanti coe l mul”, dizia meu nono.

Rogério Frâncio, Volnei Benini, agora cidadão de Bento e Henrique Techhio, esse trio é “parada dura”

A Família Randon

Nos tempos idos, vez por outra, eu tinha por hábito levar minha filha caçula ao Shopping em Caxias. No restaurante que eu adorava, havia uma mesa cativa reservada, aos domingos, para a família RANDON. Ao passar pela mesa em que estávamos, com a filha de dois, talvez três anos, Seu RAUL dava uma paradinha e fazia “bilu, bilu” no narizinho dela. Por duas ou três vezes tivemos que ir buscar a nenê na mesa dos RANDON, porque a simpatia a atraia. Quando entrava a Da. Nilva, parecia estar entrando a Rainha da Inglaterra e quando entrava o Seu RAUL parecia estar entrando o Ministro CHURCHILL. Vá bene.

Há dois anos atrás, no aniversário de ANTONIO LONGO, Presidente da AGAS, recepcionou, como faz todos os anos, lideranças estaduais, municipais e regionais. Lá estava Da. Nilva, este ano ela não veio, alegre, sorridente, falante. Cheguei até ela e disse “oi Da. Nilva, lamento pela morte de Seu Raul, pessoa que eu admirava muito. Ela disse “estou aliviada, Raul sofreu muito, há anos não dormia em razão do problema de coluna, ficava a noite toda de pé, com dores lancinantes. Mas isso não era tudo, como não dormia, ficava a noite toda tendo ideias e, no café da manhã, com a família reunida, anunciava, ‘vamos fazer isso, vamos fazer aquilo’, e dava prazos para as coisas acontecerem, ele não sossegava. Agora não estou mais vendo ele sofrer tanto, está descansando”. Como se sabe, RAUL não resistiu às dores, concordou em se operar, um vírus abateu o gigante.

Nesta quinta, seu filho DANIEL, sucessor na Presidência do Grupo Randon, veio palestrar no CIC sobre inovação. Estava ali a imagem de Seu Raul, tanto na postura pessoal, na forma simples de vestir, e na defesa da filosofia empresarial. Casa cheia, muitos jovens, muitas mulheres (são as que mais estão inovando este mundo de Deus). David, como grande líder, chamava as pessoas pelo nome, mostrou familiaridade em Bento.