A minha ablação e a do Renato Gaúcho

Faço checkup de saúde regularmente, cerca de 4 anos atrás havia recém saído de um, fazia em torno de 30 dias. Estava saindo do banheiro e, de repente, me vi andando em zigue zague. Consultei meu Cardiologista e ele falou: “quando acontecer de novo, corre para o Hospital e faz um eletrocardiograma, eu vou estar em viagem se acusar problema procura o doutor fulano. Fiquei na expectativa. Em muito menos de 15 dias, de novo. Corri para o Hospital rumo ao Eletrocardiograma, a menina do atendimento queria a autorização que não tinha pois priorizei o exame enquanto os sistemas perduravam. Dei uma “esbravejada”, ela se assustou e me atendeu. Diante do resultado ela falou “tem problema procure logo um médico”. Foi o que eu fiz seguindo as orientações do meu médico. O médico cardiologista substituto determinou que eu fosse logo para o pronto socorro, fui. Chegando lá me colocaram numa maca, fecharam a cortina, me deram uma adrenalina e, de repente, não mais do que de repente, chegou um senhor que teve parada cardíaca. Foi uma “operação de guerra” ali no meu lado, duas enfermeiras e um médico nas massagens cardíacas, outro médico monitorando a pressão, tudo como naquele seriado PLANTÃO MÉDICO, massagens – adrenalina – pressão. E eu ali no lado, torcendo pela vida daquele senhor, ESQUECI DE MIM, eu estava deitado numa maca, medicado, não estava caminhando no banheiro e minha cabeça “estava ocupada”. Cerca de uma hora depois, silêncio total, aí veio uma enfermeira cuidar de mim. Perguntei: “não ouvi mais nada, ele conseguiu sobreviver”? E, ela, silenciosa, zelosa profissionalmente, não lhe cabia falar a respeito. Fui embora medicado e avaliado. Voltei ao cardiologista com o Eletro, ele olhou, e eu perguntei: “qual o problema doutor? Fiz o checkup recentemente, tudo nos conformes, o que houve”? Ai ele falou: “nada a ver os resultados positivos dos exames com o coração, uma coisa não garante a outra o coração é um caso à parte, tem seus fatores de risco, tu tiveste taquicardia, vais ter que fazer uma ablação”. “O que é isso doutor”? Perguntei. “É a cauterização de uns filamentos do coração que estão ocasionando o problema”, ele respondeu. E eu: “o que, Doutor, vão queimar meu coração”? “No que for preciso” ele falou e, explicou: “entra pela virilha uma câmera junto com o cauterizador e faz o serviço, via de regra é feito em São Paulo, muitas lideranças de Bento já foram lá e fizeram, no entanto, tem um médico em Porto Alegre que vem, uma vez por mês e faz aqui no Tacchini, a opção é tua”. Optei pelo médico de POA e Tacchini. Até chegar o dia marcado, uma bateria de medicamentos diários, Chegado o dia lá fui eu com preocupação de entrar no Hospital sem “bambolear”, pois iam achar que eu “estava bêbado”. Cheguei na sala de espera do ambulatório em que estavam o equipamento e, lá estavam: uma garota linda, tristonha, de 13 anos, ia fazer o mesmo procedimento que eu e, um senhor, da colônia, que ia colocar um marca-passo. Chegou a minha vez, me apagaram”. Quando eu acordei lá estava o médico com seu assistente falando de quem? DO GRÊMIO. Tomei a palavra e protestei: “Doutor, se o Senhor fica falando do Grêmio esse procedimento médico num colorado não vai dar certo”! E me calei. E ele: “do que tu está falando, que procedimento? Tu está dormindo nesta maca há 4 horas e tudo já foi feito”, é hora de ir embora. Instruído, levantei da maca às 16 horas, estava nela desde às 10 horas. Na manhã seguinte, em casa, minha perna direita, na virilha, tava com uma bola do tamanho de uma melancia, dessas sem sementes, o resto da perna estava preta e meus olhos azuis de pavor, tudo nas cores da camisa do Grêmio e, eu, balbuciando “eu falei que não ia dar certo”! Voltei ao meu CARDIO, mostrei a perna dolorida e ele falou: “tu teve azar, de cada mil casos acontece um, ao retirar os aparelhos uma veia se rompeu”. “E aí Doutor, faço o que, tá doendo”. E ele: “procura um cirurgião vascular”. Procurei “usando patinetes” para ser mais rápido. “Tu faz o seguinte, disse ele, pega 3 quilos de areia, põe num saco, coloca em cima do ferimento, a veia deverá fechar ou não, vamos ver”. Com a certeza de que não ia dar certo, como iria dormir com aquele negócio na minha perna que tava doendo um monte?, passados os três dias a situação “melhorou para pior”, a bola aumentou “para o tamanho de uma melancia com sementes” e a perna ficou da cor do carvão, voltei ao médico e ele disse: “vamos operar amanhã de manhã, esteja no Hospital às 7 horas, em jejum”. Tá bem doutor, mas a anestesia, tem que fazer aquela parafernália toda da consulta anestésica”. Não te preocupa, ele disse, é uma emergência, eu cuido disso”. E assim se fez, conjuntamente, eu mais o médico, diria o “Mago do Bonfa”, Comediante. Voltei para casa “sã e salvo”, foram longos meses de recuperação, da impossibilidade até a dificuldade de caminhar. Eu achava que nunca mais ia caminhar direito, meu pavor me levou uma vez ao VASCULAR e outra ao CARDIO, para ambos eu questionei: “não tô conseguindo caminhar, Doutor”. E a resposta veio igual dos dois: “olha a coisa pelo lado bom, tu está vivo”. “Palavras que consolam” diria meu NONO. Mas, uns oito meses depois da cirurgia (7 pontos na virilha), fiquei bom. Hoje, posso caminhar tranquilamente uns 20 quilômetros por dia, jogar padle, bicicletar uns 40 quilômetros, o corpo tá pesado mas a máquina tá boa. De vez em quando minha perna direita, que não é mais como a da esquerda, dá sinais, diante de tempo de chuva, mas cumpre plenamente suas funções. “Até para dar um ponta pé na bunda de alguém” posso contar com ela. O senhor do ataque cardíaco? Fiquei acompanhando pelo necrológico, três dias depois ele morreu. Deu outro, fatal.

O coração do Renato

RENATO GAÚCHO teve o mesmo problema que eu tive, TAQUICARDIA. No entanto, enquanto eu fiquei 6 horas no Hospital, ele ficou uma semana, com emissão contínua de Boletins médicos, ampla divulgação na mídia nacional durante uma semana inteira. Se, com a ABLAÇÃO, o problema persistisse, haveria necessidade, tanto de minha parte quanto da parte dele, de colocar um MARCAPASSO. Todos nós, os dois, ficamos bons, eu continuei a seu um PORABÉSTIA (pobre Diretor de uma empresa de Comunicação) e ele, para os Colorados, um BRUTABÉSTIA (celebridade, jogador de futevôlei, pai de CAROL PORTALUPI, milionário treinador do Grêmio) o que evidencia que o coração trabalha igual, cansa igual, falha igual, tanto para o rico como para o pobre.

O coração do Faustão

O apresentador de TV FAUSTÃO, 73 anos, fortuna de mais de um BILHÃO de reais, teve insuficiência cardíaca e, por extensão, problemas nos rins que estão submetidos a diálise (processo de filtração do sangue). Teve que fazer um transplante de coração, era o segundo da fila do SUS, o coração que ficou disponível não era compatível ao receptor primeiro da lista, mas era para Faustão. A cirurgia ocupou espaços generosos na mídia nacional, interpretações positivas e negativas de toda ordem, mas lá está ele no Hospital já consciente, desejando “dar o fora”. Porém, o estrago no organismo, que está num processo de combater o “coração novo, um intruso”, está em andamento, a sobrevivência do apresentador dependerá da vitória, na luta, do novo coração. O processo de sustentabilidade da vida talvez seja interminável, vários médicos tem dado interpretações a respeito.

A doença mortal

As doenças do coração são responsáveis por 30% das mortes no país, o que corresponde a 400 mil mortes por ano. A cada dia que passa, evidencia-se que elas atacam jovens, adultos e idosos, em razão de várias causas, inclusive fatores genéticos e comportamentais, 14 milhões de brasileiros tem alguma enfermidade, salienta-se que 23% dos brasileiros nunca foram ao cardiologista mesmo diante da recomendação de que se faça isso a partir dos 50 anos. A OBSERVAÇÃO MÉDICA É QUE O TABAGISMO, A DIABETES, A HIPERTENSÃO E A OBESIDADE SEJAM EVITADAS. Para o Presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas de Porto Alegre – ADCE, “a sociedade em geral está muito estressada e, um dos motivos, é a TRANSMÍDIA, isto é, estamos sendo abastecidos a todo momento com diversas mídias que entram pelo Whats, SMS, INSTA ou pelo Celular. Entre 40 a 50% das pessoas no mundo estão estressadas, entre os sintomas comuns estão a dor de cabeça, desordens de sono, dificuldade de concentração, temperamento explosivo, estômago perturbado, insatisfação no trabalho, moral baixa, depressão e ansiedade. Eu me estresso quando eu vou para o BEIRA RIO, mas OLHANDO A COISA PELO LADO BOM, eu “testo a máquina”. Tenho que caprichar porque a menina do ELETROCARDIOGRAMA não quer mais que eu apareça por lá, ela nem vai querer levar em conta o que o médico disse: “TU SALVOU TUA VIDA”.

Sobre os transplantes

Segundo dados do Ministério da Saúde, até o dia 16 deste mês, 65.911 pessoas aguardavam na lista para receber um novo órgão. Destas, mais de 36 mil pessoas esperam por um rim, 25,6 mil por uma córnea e 2,2 mil por um fígado. Até 21 de agosto, 378 pessoas esperavam por um transplante de coração em todo país, maioria é de São Paulo. CUIDE-SE, AO APARECER OS SINTOMAS, PROCURE UM MÉDICO.

Curtas e Poderosas

  • Governo Federal liberou 100 milhões em EMENDAS COLETIVAS indicadas pela bancada gaúcha no Congresso, 56 milhões irão para o Fundo Estadual de Saúde e 26 milhões para os municípios. Bento Gonçalves não foi contemplada. Nem um centavo.
  • Homem morreu com 127 anos de idade, em Pedra Bonita, Zona da Mata, em Minas Gerais. Conforme registro em cartório ele nasceu em 04 de agosto de 1895.
  • XUXA, a do Pelé, da Marlene Matos, do Luciano Zaffir, tem uma casa de 900 metros quadrados em MIAMI, avaliada em 174 milhões de reais. A GRANDE MÍDIA, está em voltas com o assunto pois a apresentadora, que tem patrimônio superior a 1 bilhão de reais, teria vendido a casa.
  • Bento Gonçalves é a quarta cidade mais rica do RS, o salário médio mensal é de R$2.570,00. A mais rica cidade do estado é Alvorada, com um salário médio de R$6.149,00. BENTO tem 130 mil habitantes, ALVORADA 187 mil, segundo o CENSO de 2022.