Se nada acontece por acaso, quem é que faz acontecer?
Se o Universo conspira, como surge esse plano conspiratório?
Se é nossa vibração que mexe com as leis universais, trata-se de ação e reação?
Se o pensamento é energia, verbalizá-lo como uma verdade é materializar essa força vibracional?
Se existe a Lei da Atração, ela funciona com efeito dominó?
Precisamos ler os sinais do Universo ou tudo não passa de coincidência?
É como andar em círculo. A gente gira, gira e volta sempre para o mesmo lugar.
Convivemos com dúvidas existenciais desde sempre, e nem os cientistas conseguem dirimi-las. Mas o grande Einstein explicou a questão de uma forma singular, dizendo que “coincidência é a maneira que Deus encontrou para permanecer no anonimato”.
Partindo desse pressuposto, vamos a uma historinha real salpicada de mistério, que já contei, mas que vale a pena ler de novo.

Um homem de meia idade momentaneamente desempregado, pai de família amoroso, andava pela rua com um sentimento de impotência diante da situação. Era fim de mês, o caixa esvaziara, a conta bancária, no vermelho, e ele não tinha ideia de onde arranjar trinta reais – na época, o equivalente a um terço do salário mínimo – para completar o valor da mensalidade do curso que a filha fazia na capital.

A passos lentos e sem alento, remoía a dureza da vida, quando um ventinho gelado fez com que erguesse a gola do sobretudo e baixasse a cabeça. Então, viu voar a seus pés uma nota de dez reais. O homem, surpreso, olhou em volta…A rua estava praticamente vazia. Nem sinal de alguém, que pudesse tê-la perdido. Recolheu-a sem muita convicção e continuou andando.

Mais algumas passadas e a baforada fria no cangote. O homem repetiu o gesto de apertar o abrigo e baixar a cabeça. E outra nota de dez estava lambendo o sapato. “Epa!”- pensou – “Achar dinheiro é muita sorte, mas achar dinheiro duas vezes seguidas é quase um milagre!”

Depois de olhar ao redor, perscrutar o céu e alisar a cédula, retomou a caminhada, agora com vagar e um quê de expectativa. E se… Não, não, pensou consigo mesmo, mantendo os pés no chão.

Já estava no fim na quadra, quando nova rajada do minuano fez o homem alargar as pupilas. Algo caíra a seus pés… Com o coração acelerado, olhou para baixo. Era só uma flor de cerejeira do Japão.

O homem dobrou a esquina. Sorria da própria ingenuidade, quando um ventinho de fim de inverno buliu com seus cabelos. Sem pensar, olhou para baixo. Ele estremeceu. A seus pés, a terceira nota de dez reais…