Ao ler a coluna do Caleffi, há algumas semanas, onde ele relata sua pisada na matéria mais fedida que o ser vivo expele (no caso, na de cachorro) imaginei o quadro e ri sozinha. Todo “enfatiotado”, a caminho de uma reunião importante, com uma fragrância inconfundível desprendendo-se dos sapatos reluzentes. Hilário!

Mas, por esses dias, a experiência aconteceu aqui. E se repetiu. Nem é preciso dizer que não teve graça nenhuma. Da primeira vez, percebi antes de entrar em casa e só não despachei o Piccadilly porque achei um pecado – ele é hiperpergeneroso com meu calo. A alternativa foi enfiar o scarpin “batizado” num balde com água e sabão, onde ficou boiando por vários dias.

Já na segunda- Cruz Credo! – um “pisante” masculino com um solado cheio de saliências e reentrâncias emporcalhou todo o espaço do andar de cima, com direito a carimbar o de baixo também.

Antes que vocês digam que é bem feito, pois quem tem um zoo em casa não pode se queixar, eu explico: nossos “bebês” – Florida, Batatinha, Pipoca, Leopoldo Teodoro e Baby se reúnem só no final de semana. Além disso, fazem suas cacas nas fraldas estendidas em locais estratégicos. E quando passeio com esta última na rua, carrego sacos plásticos para o recolhimento dos charutinhos. Bom, não posso jurar que nuuuunca tenha me feito de desentendida… Mas a Baby é tão delicadinha!

Na verdade, o problema não é o fato eventual, acidental. O problema é o habitual. E quando o habitual vem de cachorrões – lindos, queridos e bem cuidados – mas ainda assim máquinas de fazer cocô, a coisa fede.
Enfim, o que quero dizer é que nosso bairro está uma “porquice”. Matérias fecais salpicam os gramados e traçam rotas nas ruas e calçadas.

Acho que é preciso tomar uma atitude, desde que não seja etílica… Nossa cachorrada deve aprender a recolher seus dejetos. Talvez ajude a colocação de placas de advertência ou totens com orientações de como usar a patinha – ou pazinha – para ensacar as fezes. Em “cachorrês”, é claro!

Brincando de Poesia
Depois do “XIS SALADA”
o ZÊ tirou uma soneca
e começou a roncar….
z z z z z z z z …
Quando acordou
fez a maior zoada
porque viu, pela veneziana
que o sol já era
uma azeitona
pronta pra mergulhar.