Médico Felipe Dal Pizzol, de Bento Gonçalves, coordena Centro de Pesquisa Clínica do Hospital São José, em Santa Catarina

Toda a família do médico Felipe Dal Pizzol, de 45 anos, como pais e irmãos, entre outros, mora em Bento Gonçalves. Ele, a esposa e dois filhos, entretanto, residem em Santa Catarina, Criciúma, onde trabalha como pneumologista e médico intensivista no Hospital São José e professor na Universidade do Extremo Sul Catarinense. Formado em Medicina no ano de 1998 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), o bento-gonçalvense de coração e por adoção (nasceu em Porto Alegre mas se diz filho da Capital Nacional do Vinho), ganhou o mundo em outubro passado ao entrar em uma seleta relação dos pesquisadores mais influentes e citados no mundo todo.

O resultado do trabalho realizado por um professor-estatístico da Stanford University, dos Estados Unidos, foi publicado na revista científica Plos Biology, da Biblioteca de Ciências Públicas norte-americana. “Ele criou uma maneira de avaliar a carreira dos pesquisadores, um algoritmo que leva em conta variáveis diversas da carreira do pesquisador como número de artigos publicados, impacto desse artigo na comunidade científica, por exemplo o número de visualizações e citações, entre outros. É um método complexo com a finalidade de determinar a importância de cada pesquisador na Ciência. Nessa publicação ele mostrou os 2% dos pesquisadores mais influentes em qualquer área do conhecimento, não necessariamente só na Medicina. E o meu nome apareceu entre esses 2%”, explicou Dal Pizzol.

Trabalhos em andamento

O médico-professor-cientista revela que já teve outros reconhecimentos no âmbito da comunidade universitária e internacional, como da França e do Instituto Sul-Americano de Sepse e do Fórum Sepse Brasil. “Mas esse é, efetivamente, a distinção mais relevante até o momento”, conta. Ele explicou que a citação na Plos Biology não é consequência de um único trabalho em que se envolveu, como coordenador ou pesquisador, mas o reconhecimento da sua carreira profissional. “Todos meus trabalhos, ao longo do tempo, contaram para isso. Tenho várias colaborações internacionais em andamento, principalmente em Londres e Paris, e como professor visitante na Universidade do Texas, Estados Unidos, entre outros”, relacionou.

Felipe Dal Pizzol, com a esposa Cristiane e os dois filhos, teve reconhecimento internacional
em outubro passado por sua contribuição à área científica

Importante

O médico Felipe Dal Pizzol formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1998, a mesma na qual cursou doutorado em Ciências Biológicas.

Tem Pós-Doutorado na University College London, de Londres, Inglaterra, e um período sabático no Instituto Pasteur, em Paris, na França.

Na área de pesquisa se dedica a desvendar uma doença chamada Sepse, (chamada popularmente de septicemia ou infecção generalizada), que “é a resposta disfuncional do organismo a uma infecção grave”.

É especialista em Pneumologia e Medicina Intensiva.

“Vacina contra o coronavírus deve sair em breve”

O médico e pesquisador Felipe Dal Piazzol conta que no Hospital São José, em Santa Catarina, tem participado de pesquisas relacionadas à busca de uma vacina capaz de conter o avanço do coronavírus e da Covid-19, inclusive algumas que envolveram o Hospital Tachinni, o estudo Coalizão em suas diversas etapas e de âmbito nacional, com várias universidades, médicos e pesquisadores do Brasil. Outros trabalhos com a intenção de estancar a pandemia também contam com a presença de Dal Pizzol, inclusive a pesquisa da farmacêutica Johnson & Johnson, dos Estados Unidos, que tem pacientes de Santa Catarina envolvidos.

Mesmo admitindo que é difícil fazer uma previsão, acredita que a descoberta de uma vacina contra o coronavírus não deve demorar muito tempo. “Não dá para prever com 100% de certeza, mas acho que para o Brasil deve estar liberada (uma vacina) no primeiro trimestre (de 2021). Se tudo der certo e continuar nesse ritmo com que está se desenvolvendo a pesquisa. E possivelmente mais do que uma deve ser liberada, essa é a esperança de todas as pessoas e a previsão nossa, de quem trabalha nesta área”, afirmou o médico.

Para saber

Formado em Medicina em 1998, Dal Pizzol fez Residência, Doutorado e trabalhou na capital gaúcha até se mudar para Santa Catarina, onde passou a lecionar na universidade no ano 2000 e onde fixou residência em definitivo cerca de dois anos depois.

Felipe Dal Pizzol é casado com Cristiane Ritter e tem dois filhos, Henrique e Rafael. Ele é filho de Iria e Rinaldo Dal Pizzol, e irmão de Alexandre e Guilherme.

Em Bento tenho toda minha família. Fui o único que saí da cidade quando fui estudar em Porto Alegre. Meus irmãos estão aí, o pai e a mãe também continuam em Bento.

Felipe Dal Pizzol

Imagem: Arquivo pessoal