Em Bento Gonçalves, meteorologista menciona ventanias que podem ultrapassar 70 km/h, quebrando galhos de árvores e gerando dificuldades em caminhar na rua

Nesta terça-feira, 17, o Rio Grande do Sul amanheceu em alerta. Isto porque se aproxima da costa do estado o ciclone Yakecan, que deve trazer vento forte e intenso para diversos municípios gaúchos. De acordo com a Metsul, o vendaval pode ser extremamente forte em pontos do Leste gaúcho, com rajadas perto e acima de 100 km/h em grande parte da costa e da área da Lagoa dos Patos e entorno, e que em algumas localidades podem exceder 120 km/h, velocidade considerada perigosa por formar a força de furacão.

Nos últimos dias, o que também tem chamado atenção, são as baixas temperaturas, similares às do inverno. A meteorologista Ludmila Pochmann destaca que o frio é normal no mês de maio. “Nós estamos na estação de outono, que é de transição. Saímos da época do verão, estamos nos encaminhando para o inverno e é comum que essas entradas de massas de ar despenquem as temperaturas. Esses sistemas, como o ciclone extratropical que está sendo esperado, também é comum nesta época. Tu tens o encontro da massa de ar frio com as de ar quente e ele forma esse sistema com muita intensidade”, salienta.

De acordo com Ludmila, desde segunda-feira, 16, o Yakecan está causando ventos fortes e chuva em muitas cidades, principalmente na região sul. “A previsão é que o ápice seja na madrugada de terça para quarta-feira. Em toda a costa gaúcha, a gente pode observar ventos de mais de 115 km/h. Isso tudo, possivelmente gerará transtornos, quedas de árvores, de postes de luz. A população precisa se precaver, guardar lanternas, se tiver aquecedores a gás, para caso faltar luz, tenham um determinado conforto”, recomenda.

A profissional sugere que os cidadãos protejam carros e residências, para que os danos sejam os mínimos possíveis. “Dependendo de nós, meteorologistas, e da Defesa Civil, não vai haver nenhum transtorno e, principalmente, perdas de vidas”, sustenta.

Em Bento Gonçalves, ela frisa que os ventos devem ser de mais de 70 km/h, velocidade que já gera dificuldade de andar nas ruas e favorece a quebra de galhos de árvores, causando transtornos. “É um alerta de todas as entidades nacionais, como o Instituto Nacional de Meteorologia, Marinha do Brasil, porque sim, a severidade desse sistema está prevista de ser muito forte”, destaca.

Classificação do ciclone, de acordo com a Metsul

O ciclone é classificado como subtropical (centro quente em superfície e frio em altitude) pela Marinha do Brasil. Uma vez que se trata de um ciclone anômalo (subtropical ou tropical), e não o convencional e frequente extratropical, que não é nomeado, o sistema recebe o nome de Yakecan, o “som do céu” na língua tupi-guarani. Já a meteorologia nos Estados Unidos e experts internacionais entendem que o sistema na costa gaúcha será potencialmente um ciclone tropical (centro quente).

Governo do RS destaca serviço de alertas e contato com Defesa Civil e Corpo de Bombeiros:

• A população deve ficar atenta às comunicações das autoridades e aos alertas da Defesa Civil.

• Para receber os alertas da Defesa Civil, recomenda-se fazer um cadastro enviando um SMS para o número 40199.

• A Defesa Civil pode ser contatada por meio do telefone 199, enquanto o Corpo de Bombeiros através do telefone 193.

Como agir em situações como essa de ventos fortes e tempestades, segundo o governo do RS:

• Conferir as condições do telhado de suas residências;

• Verificar as condições de janelas e portas das suas residências;

• Manter as entradas (como portas, janelas e vãos) das residências bem fechados e protegidos;

• Não se abrigar embaixo de árvores, postes, placas de sinalização e de outdoors, pois, com o vento podem cair;

• Se um fio elétrico cair no chão, contate a companhia elétrica da sua região. Não mexa nos fios elétricos, pode haver risco de eletrocussão;

• Retirar os equipamentos eletrônicos das tomadas, para evitar que, em caso de falhas ou descargas de energia, queimem;

• Fechar o registro da mangueira do botijão de gás, evitando vazamentos se ele for atingido.

Fato e Fake sobre onda de frio, conforme Instituto Nacional de Meteorologia

Foto em destaque: Reprodução