Autoridades sugerem que atualização tem que ser rápida porque as mutações virais são silenciosas e podem fazer um vírus ficar mais leve ou acarretar uma doença mais grave

Técnicos do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) vão aumentar o número de análises em amostras de pacientes de coronavírus da Serra Gaúcha para buscar entender se a variante P1, detectada em um paciente de 88 anos que faleceu, representa um caso isolado ou se há transmissão comunitária.

O achado está informado na segunda edição do Boletim Genômico do coronavírus, produzido pelo Cevs e publicado no sábado, 13. A amostra onde a P1 foi encontrada foi coletada de um morador da região, com início dos sintomas no dia 29 de janeiro, sem histórico de viagem ou contato direto com pessoas que viajaram para outros estados.

As mutações de vírus são frequentes e não representam necessariamente uma alteração na ação do vírus. O objetivo é identificar os tipos em circulação para monitoramento e controle da transmissão, vacinação e tratamento. As mutações podem, por exemplo, alterar as características do vírus e impactar no quadro clínico e na resistência às vacinas.

“Precisamos tentar definir o caminho do vírus, e faremos isso a partir de amostras de pacientes da região que temos armazenadas. Ainda não sabemos qual a relação entre as variantes P1 e a P2, mais comum no nosso estado, e se quem contraiu uma delas cria anticorpos também para a outra”, explica a diretora do Cevs, Cynthia Molina-Bastos.

A P1, variante da Covid-19 que circula em Manaus, capital do Amazomnas, está associada a uma maior transmissibilidade, ou seja, parece transmitir mais rapidamente o vírus de uma pessoa para outra.