Não gerar passivo! Essa é a estratégia de gestão do gerente da Qualidade e Ambiente, Químico Industrial Clovis Zimmer, da Celulose Riograndense, de Guaíba, que atingiu a incrível marca de 99% dos resíduos reciclados. “Nos orgulhamos muito dos resultados obtidos com nossa gestão ambiental”, comemora.

A Celulose Riograndense é considerada um case de sucesso em gestão ambiental. Gerencia corretamente os resíduos gerados no processo de fabricação da celulose; gera energia própria através da queima dos resíduos; trata os efluentes. “Essa organização toda nasceu como valor da empresa desde meados dos anos 80 e em 1996 com a implementação da ISO 14.001, quando se sistematizaram procedimentos e práticas”, revela Zimmer.

Como a palavra de ordem é não gerar passivos ambientais, os resíduos perigosos, que não podem ser reciclados ou comercializados, são enviados para coprocessamento, onde são destruídos termicamente. “Os materiais contaminados com óleo – como serragem e EPI’s – vão para a unidade de blendagem da Fundação Proamb. Fomos um dos primeiros contratos de blendagem da Proamb. Logo que a unidade de Nova Santa Rita começou a operar enviamos nosso resíduo. Nós já conhecíamos a história da Proamb, sabíamos o quanto a empresa é boa e organizada e acabou sendo um processo natural”, afirma o gerente.

A Celulose Riograndense gera dois tipos distintos de resíduos: resíduos industriais e resíduos de cunho administrativo. Os resíduos da coleta seletiva, gerados na área administrativa, são segregados na origem conforme classificação.
Já os resíduos industriais têm diferentes destinos. Os resíduos de madeira são transformados em serragem e comercializados. A caldeira gera dois tipos de cinza: a cinza pesada e a cinza leve.

Conforme o Químico Industrial, os resíduos alcalinos – a lama de cal – é 99% carbonato de cálcio, e é utilizado e comercializado como corretivo de solos, competindo com o calcário gaúcho com uma vantagem muito maior para a agricultura porque não possui magnésio.

Efluentes

A Celulose Riograndense possui duas estações gigantes de tratamento de efluentes. “As maiores do Estado”, garante Zimmer. A indústria da celulose faz uso intensivo da água. Essa água vem do Lago Guaíba. Depois de sua utilização, ela passa pelos tratamentos primário, secundário e terciário para ser novamente devolvida ao lago.
O lodo gerado nesta planta passa por um processo de compostagem para ser, posteriormente, vendido ao mercado como fertilizante orgânico, substituindo o uso da terra preta muitas vezes exploradas irregularmente de banhados e matas.