O 3º Batalhão de Áreas Turísticas (Bpat) passou a contar com um reforço na segurança que vem chamando a atenção dos moradores da cidade. O carro blindado, popularmente chamado de “caveirão”, é fruto de uma parceria estabelecida entre a Brigada Militar (BM) e empresários. Uma empresa de transporte de valores fez a doação do carro-forte. Depois, com mais repasses privados, ele foi adaptado e teve sua blindagem reforçada.

A intenção de ter uma viatura desse porte ocorreu após o roubo a um carro forte na BR 470, que aconteceu no início do ano passado, de acordo com o capitão Rogério Schu. “Após o fato, se aumentou a preocupação em ter um veículo para dar aporte aos policiais para o enfrentamento”, relata. Naquele episódio, os criminosos utilizaram uma metralhadora .50 e várias armas de grosso calibre.

Quem vai utilizar o caveirão é o Pelotão de Operações Especiais (POE), que ainda está aprendendo a manejá-lo. Segundo o capitão, o veículo é único no estado, então não há uma capacitação específica para o uso. “Não operamos ainda em nenhuma situação de crise. Então se faz o treinamento como se fosse uma outra viatura e se adapta”, destaca, salientando que o intuito principal é a proteção ao policial que precisar atuar em situações extremas.

Sem fronteiras

Apesar de ter sido pensado para ocorrências atípicas, o caveirão poderá ser utilizado em diversas ações. Schu diz que a ideia principal é o emprego do veículo em assaltos a bancos e carros fortes, em que os alvos principais dos criminosos são municípios menores. Mas enquanto isso não acontece, a viatura não deve ficar parada. “Ela pode ser utilizada nas mais diversas maneiras. Desde entrada em uma vila em conflagrado a uma situação que exija maior proteção aos policiais. Não tem uma restrição. É mais um equipamento em condições para o policial trabalhar”, salienta.

O emprego do veículo não se restringe somente a Bento Gonçalves, sendo definido pelo capitão como uma viatura sem fronteiras. Ele poderá ser utilizado em qualquer cidade do estado que haja necessidade. Segundo Schu, muitas pessoas questionam a necessidade do blindado. “Nós aguardamos sempre o pior, não trabalhamos com a normalidade. Não podemos esperar que ocorra para planejar depois. Já aconteceram situações que, se tivéssemos esse veículo, poderiam ser resolvidas de outra forma”, ressalta.

Inibição da criminalidade

O capitão também acredita que com a presença do caveirão, os criminosos podem ser inibidos. “É um ganho para o município e para a região toda. De certa forma, ele já causa um impacto nos delinquentes. Eles sabem que os policiais têm veículo para se aproximar, então não adianta ficar dando tiro para afastar. Ele é um equipamento policial. É como se a gente tivesse uma .50 aqui. Pode ser que nunca vamos usar, mas pode ser que daqui a pouco precise”, esclarece, ressaltando que ele já foi empregado em uma ação no bairro Eucaliptos, na sexta-feira, 17, quando foi preso um traficante. “Vamos utilizando para causar temor maior nos delinquentes”, finaliza.

Foto: Elisa Kemmer