A quinta reportagem da série “Bento que Acolhe”, traz a história de Vilson Paese e Angélica Pagliosa, que no fim do ano, se transformam em Papai e Mamãe Noel para levar brinquedos e doces para as crianças carentes do município

Em Bento Gonçalves, onde o espírito comunitário é uma marca registrada, Vilson Paese e Angélica Pagliosa, conhecidos carinhosamente como o Papai e Mamãe Noel, mantém viva uma tradição que aquece corações e distribui sorrisos. Há nove anos, eles dedicam o mês de dezembro, a realizar ações sociais que levam alegria e esperança a crianças carentes do município. “Distribuímos brinquedos e doces”, conta Paese.

Com uma vida marcada por desafios e altruísmo, Paese encontrou na figura do bom velhinho um propósito especial. “Comecei esta jornada porque, quando era criança, fui internado e entendi o que significa a carência. Hoje, não faço isso por ter dinheiro, porque não sou rico, mas porque sei que posso fazer a diferença”, explica.

Vilson Paese e Angélica Pagliosa se tornam Papai e Mamãe Noel, desde 2016

Espalhando alegria

Creches no bairro Conceição, Santa Marta, Eucaliptos, Salgado e instituições como o Centro de Convivência Infantil, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Balão Mágico, Serviço Social do Comércio (Sesc) e a Associação Bento-gonçalvense de Convivência e Apoio à Infância e Juventude (Abraçaí), já foram contempladas.

Paese relembra com emoção o impacto de suas visitas: “O barulho da buzina da caminhonete deixa as crianças eufóricas. Elas correm para as janelas, e o brilho nos olhos delas já vale todo o trabalho”, comenta.

Em 2023, a ação chegou a atender 460 crianças em uma única instituição. Este ano, apesar dos desafios, Paese espera arrecadar o suficiente para presentear algumas crianças carentes. “O nosso objetivo era alcançar 1.500 crianças, mas muitos colégios só pensaram em outras cidades, só que Bento Gonçalves possui 3.500 crianças carentes, fora as outras. Temos que pensar mais para o nosso município, não deixar os nossos pequenos abandonados. Tenho certeza que muitas dessas que beneficiei nos anos anteriores, estão esperando novamente a minha visita, mas a gente não tem tanta ajuda”, comenta.

Paese e Angélica organizam os brinquedos e doces para doação em sua residência

Desafios e apelos à solidariedade

Apesar das dificuldades, ele continua contando com a ajuda de anjos anônimos que, como ele descreve, “têm um coração humano e fazem a diferença”, destaca.

As doações variam entre brinquedos, bolas, doces e bolachas. “Para muitas dessas crianças, esse é o único presente do ano. Não é o tamanho do presente que importa, mas o amor que ele carrega”, afirma emocionado.

Ele afirma a transparência das doações. “Temos um levantamento. Se você me der cinco reais, vai estar anotado teu nome, se eu gastar dez estará anotado porque eu gastei esse valor. É um balanço para as pessoas saberem de onde vem as doações. Cada centavo é registrado e revertido para as crianças”, conta.

As primeiras entregas

A magia está marcada para o dia 7 e 12 de dezembro, quando o casal começará a distribuir os presentes. Com a ajuda de sua esposa, que assume o papel de Mamãe Noel, Paese planeja visitar diversas instituições, entregando brinquedos, doces e, principalmente, amor. No dia 7, o casal estará no Salão Paroquial do bairro Borgo e em Roma do Sul e no dia 12, irão fazer a visita no bairro Universitário, Centro de Convivência Infantil (CECI) para 120 crianças. “Se alguém quiser ajudar, ainda há tempo. O que pedimos é simples, mas o impacto é enorme. Com carinho, essas crianças não serão jogadas ao lixo amanhã. Muita gente me ajuda, mas é necessário mais”, frisa Paese.

Sobre o sentimento de poder ajudar as crianças, Paese afirma se sentir grato por poder ajudar. “As crianças chegam a chorar só de ver o Papai Noel. O prazer da gente é ver esses pequenos felizes, que em casa às vezes não tem nem uma bala para ganhar”, ressalta.

Como ajudar

Paese deixa um convite aberto para quem quiser participar desta corrente do bem. Seja com doações financeiras, brinquedos ou mesmo divulgação, qualquer ajuda é bem-vinda. “O papel do Papai Noel é espalhando amor, e juntos podemos fazer muito mais. Se você tiver um coração, ainda temos tempo, pois estamos precisando de um monte de coisa, não deixem de ajudar as crianças”, finaliza.