Desde o dia 1º deste mês, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) reajustou em 6,58% a tabela de preços dos Centro de Formação de Condutores (CFC’s) de todo o Rio Grande do Sul. Com isso, a primeira habilitação para carro (categoria B), por exemplo, que até o último dia de janeiro custava R$ 1.980, sofreu um acréscimo de R$ 130, passando para R$ 2.110.

“Se analisarmos os aumentos da gasolina no último ano e os custos de manutenção do carro, esse é um aumento que ficou pequeno para nós e alto para o consumidor”, descreve o diretor do CFC Pozza, João Carlos Milani. A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) conjunta para carro e motocicleta (categoria AB), considerada a mais cara, foi reajustada em R$ 201. De R$ 3.063, passou a custar R$ 3.364.

No último ano, Milani ainda constatou uma baixa na procura por novas habilitações. A média mensal de 30 permissões expedidas, registradas até 2015, não foi alcançada. “As carteiras de motocicleta praticamente pararam em 2016. O custo da categoria AB ficou muito alto, porque as aulas teóricas, única parte que pode ser aproveitada para ambos, é o custo mais barato”, decreve Milani. De R$ 1.621, a CNH para motocicletas (categoria A) passou a custar R$ 1.727.

Bento dos 80 mil veículos

De acordo com o último levantamento do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), realizado em outubro de 2016, Bento Gonçalves possui uma frota de 80.794 veículos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada do município até o último ano era de 114.203 pessoas. Ou seja, a cada três pessoas, duas possuem transporte particular.

Dos pouco mais de 80 mil veículos, 49.779 são automóveis. Há 10 anos, este número era de 32.895 carros. A frota tem aumentado sistematicamente. A cada mês, uma média de 300 novos emplacamentos são feitos em Bento Gonçalves. De acordo com o secretário de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana do município, Vanderlei Alves de Mesquita, o aumento é considerado normal. “Este fenômeno é evidenciado em todas as regiões”, descreve. O município ainda registra 12.528 motonetas e motocicletas e 9.809 caminhonetes e camionetas.

Autuações diminuem

O número de multas aplicadas no município que não parece seguir o mesmo caminho da quantidade de veículos. Nos últimos três anos houve queda na quantidade de infrações flagradas em Bento Gonçalves. Em 2013 foram 23.916 violações ao Código de Trânsito Brasileiro (CBT), 59% a mais do que no ano passado, quando foram anotadas 15.001. Mesquita atribui o decréscimo à campanhas de educação de trânsito, aumento no valor das multas e da pontuação das infrações. “Entendo como positivo.

O conjunto de regras está começando a apresentar
um reflexo prático no trânsito”, descreve.
A infração mais flagrada pelos órgãos autuadores é a mesma desde o início do levantamento: excesso de velocidade. No ano passado, foram flagradas 4.473 vezes pelo artigo 218 do CTB em Bento Gonçalves. As infrações por estacionamento irregular vêm em segundo, com 3.234. Transitar sem o cinto de segurança rendeu 1.037 autuações em 2016 no município.

A diminuição do número de autuações no município vai de encontro aos dados do Estado, que em 10 anos registrou aumento de 122% na quantidade de multas aplicadas. De acordo com ele, o levantamento do Estado mostra que a fiscalização foi intensificada. “Se hoje temos 14% de mortes a menos, é também porque o condutor tem consciência que o seu comportamento infracional será constatado pela fiscalização, reduzindo a impunidade no trânsito”, garante o diretor-geral do Detran/RS, Ildo Mário Szinvelski.

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