Este artigo, diferente dos demais escritos até hoje, está sendo feito a pedido de duas colegas advogadas, que sofrem constantemente em suas moradias com o descaso das autoridades no que diz respeito a algumas situações que ocorrem na Cidade Alta, que por coincidência, também é o bairro onde resido.
Já não é de hoje, e sabe-se que é de conhecimento de todos, a grande baderna que ocorria na Avenida Planalto que, diga-se de passagem é um dos cartões postais de nossa cidade pelo número de restaurantes e hotéis que ali estão localizados, por abrigar um ponto turístico, que é a Praça Achyles Mincarone e nossa famosa “igreja redonda” e também por ser ponto de encontro de muitos moradores daqui e das regiões vizinhas, diga-se de passagem, civilizados, que vão jantar, conversar, e não badernar.
Reclamam essas colegas de que realmente a situação melhorou depois que os órgãos começaram a pegar firme com relação ao volume dos sons e as algazarras com os veículos, mas isso após muitos moradores tradicionais e antigos na região terem abandonado suas residências, que não valem pouco, em razão de seus pátios terem virado verdadeiros lixeiros e banheiros públicos.

“E se a moda pegar, onde isso vai parar?”

Porém, a movimentação trouxe também bares e boates, o que é de agrado de todos, com certeza, ou da grande maioria, pelo menos jovem, porém, em algumas dessas casas existem espaços externos, de propriedade das casas comerciais, que propagam tamanho barulho que por sua vez incomodam os vizinhos de várias ruas ou quadras próximas.
Cabe ressaltar que uma dessas colegas reside na Rua Góes Monteiro e me informa que tanto no prédio onde mora quanto nos prédios vizinhos os moradores sofrem muito nos finais de semana, período que gostariam de utilizar para descansar.
Se não bastasse, informam também que na Avenida Planalto, a moda do momento é os proprietários pintarem o meio-fio em frente aos estabelecimentos de amarelo, por livre e espontânea vontade, para que ninguém estacione. E se a moda pegar, onde isso vai parar? De qualquer forma, é importante instruir os motoristas que não sabem que, onde o meio-fio está pintado de amarelo, porém, não há placa de regulamentação proibindo parar, estacionar ou parar e estacionar, de nada vale a pintura.
Quanto à igreja redonda, também preciso me manifestar, pois como tenho dois filhos pequenos, me presto a dizer que as crianças dividem espaços com cachorros que precisam fazer suas necessidades na grama, na areia do parquinho ou nas redondezas – tanto as crianças quanto os cachorros – por falta de um banheiro publico…
O que parece, realmente, é que o bairro Cidade Alta está passando longe dos responsáveis. Impostos altos, serviços péssimos. Tanto é verdade que, para desafogar a 13 de maio, tiveram a brilhante idéia de fazer o trânsito fluir pela Rua Vitória, que dá direto na Vinícola Aurora.
Pasmem, leitores, que quem utiliza essa alternativa percebeu que, pelo fato de terem sido abertas valas no mínimo umas 10 vezes em razão de todas as construções aí existentes, a via está uma vergonha. É claro que da Vinícola até o Posto de Combustíveis até estamos salvos, mas quando chegamos na outra esquina, a realidade é outra, até chegarmos finalmente ao centro da cidade.
Se não bastasse, para atravessar a Olavo Bilac os carros precisam ir até o meio da pista, pois inúmeros caminhões estacionam em local proibido para carga e descarga, e friza-se TODOS OS DIAS, não é possível que ninguém tenha percebido isso.
Senti-me na obrigação de escrever este artigo em razão de que o referido bairro pertence a um dos metros quadrados mais caros de nossa cidade e, consequentemente, o valor dos impostos também corresponde a estes preços.
Não é admissível que cada um faça o que quiser e que somente nós, os cidadãos comuns que passamos pelas ruas, conseguimos identificar esses absurdos.
O assunto renderia uma tese de doutorado. É muita coisa errada para pouca cidade. E que fique bem claro que não estou criticando o atual Governo, pois há muitos anos isso ocorre. Mas ao atual Governo, resta a coragem de dar um basta!