É crescente o número de vegetarianos no mundo e do debate sobre o assunto. Como reflexo dessa popularidade, podemos observar as mais variadas opções de restaurantes sem carne em seus menus. Mas a grande verdade é que a escolha de colocar a carne no prato tem uma série de implicações distintas que vão desde questões econômicas até religiosas. Mas a pergunta que fica é: deveríamos parar de comer carne?
Para entender melhor o assunto, alguns aspectos precisam ser pontuados. A carne é um tecido animal. As fibras presentes são uma cobertura de gordura que tem como função lubrificar o músculo, permitindo que ele se movimente. Desse modo, podemos afirmar que não há carne sem gordura. A análise que compara a carne branca e a vermelha mostra a diferença na quantidade de ferro no tecido presente em ambas. As células de grandes animais, como o boi, são ricas em mioglobina, uma molécula que contém ferro. Já peixes e galinhas, devido ao menor tamanho, não necessitam de grandes reservas de nutrientes nas células, produzindo assim, menos mioglobina.
Um estudo feito sobre a criação de animais destinados exclusivamente para a alimentação traz resultados assustadores. Atualmente há 1,35 bilhão de bois e vacas no mundo. Há cerca de 930 milhões de porcos, 1,7 bilhão de ovelhas e cabras, 1,4 bilhão de patos, gansos e perus e 170 milhões de búfalos.
Segundo as estatísticas, quem ingere mais carne possui chances mais evidentes de câncer e infarto, principais causas de morte do planeta. Os cânceres mais comuns para quem se alimenta de carne são os de intestino, boca, faringe, estômago, seio e próstata. De acordo com um estudo publicado no Archive Internal Medicine, foi observado que mesmo que o consumo de carne vermelha esteja ligado com o aumento de doenças crônicas, ainda não podemos afirmar essa relação.
Em contrapartida, em seu artigo, Gary Taubes, correspondente da revista americana Science, diz que por mais que sejam feitas pesquisas referentes à carne, não é possível afirmar que os índices de infarto estejam relacionados ao consumo de gordura saturada. Gary também pontua que, em sua opinião, as orientações para a diminuição do consumo de carne só serviram para que as pessoas a comessem ainda mais. Além disso, o escrito diz que se as pessoas começarem a evitar carne, elas consumiriam maiores quantidades de carboidratos e açúcares.
Portanto, não podemos afirmar que as carnes sejam os grandes vilões. Mas para quem deseja seguir uma vida sem ela, é preciso realizar uma dieta saudável com orientação profissional para que outros alimentos possam substituir os nutrientes antes vindos da proteína animal, já que somente a carne tem vitamina B12 (cianocobalamina). Este nutriente não está presente nos vegetais. Além disso, o organismo humano possui enzimas específicas para quebrar as proteínas e transformá-las em aminoácidos, o que vai contra o argumento de alguns de que o corpo humano não é capaz de digerir carne.
Apesar do assunto dividir opiniões, muitos nutricionistas ressaltam que a carne é um alimento de extrema importância para as crianças, pois quando não ingerida em quantidade correta podem ocorrer problemas no desenvolvimento cerebral.