Silencioso e perigoso, o câncer de intestino teve um aumento de 140% entre 2005 e 2016 na região de abrangência do Hospital Tacchini. Com taxa de mortalidade de 37%, esses tumores vêm preocupando os médicos.

A biomédica Juliana Giacomazzi, gerente do Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde (ITPS), explica que esse tipo de tumor não conta com rastreamento, como os de mama e colo de útero. “Devagarinho, vamos tentar detectar o que hoje, no nosso meio, é muito comum, mas é desassistido em questão de saúde pública”, afirma.

O problema é preocupante, pois é o terceiro tumor mais comum na área de abrangência do Tacchini. Mais de 60% dos casos são diagnosticados em fase avançada. Através do ITPS, a casa de saúde busca desenvolver ações para mudar essa realidade. Uma das atividades já feita foi o Circuito do Intestino Gigante.

Exposto em espaços de grande circulação de pessoas, como a ExpoBento, os visitantes, além de saberem mais sobre a doença, foram convidados a participar da pesquisa clínica. “Dessa forma conseguimos detectar uma pessoa com câncer precocemente, uma com tumor pré-maligno e vinte com doenças inflamatórias não malignas”, esclarece a biomédica.

Segundo Juliana, os problemas enfrentados no diagnóstico também envolvem questões culturais. “Muitas pessoas não querem realizar a colonoscopia. Outras ainda participaram da pesquisa, mas não foram buscar os resultados por medo de estar doente”, diz.

Tacchini busca recursos para pesquisa

Para tentar rastrear e definir possíveis abordagens na prevenção e tratamento da doença, o Tacchini, através do ITPS, está buscando recursos para realizar uma pesquisa com seis mil pessoas, entre 60 e 75 anos, que não apresentem sinais da doença. “A gente começou no ano passado. Oferecemos mil testes para quem tem sintomas. Já temos mais de 400 pacientes nesse estudo”, explica Juliana.

Conforme a gerente do ITPS, o estudo será viabilizado com verba captada através do Conselho Municipal do Idoso de Bento Gonçalves. A intenção é incentivar Pessoas Físicas e Jurídicas a doar o seu Imposto de Renda devido para o projeto.

O valor a ser arrecadado é de mais R$ 1,5 milhão, sendo que 20% ficará ao Conselho para uso em outros projetos. Pessoa físicas (6% do imposto devido) e jurídicas (1%) podem contribuir através da destinação de parte do Imposto de Renda devido. O valor deve ser depositado na conta do Fundo Municipal do Idoso.
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 2792 / Conta-corrente: 400146-1
CNPJ: 21.706.792/0001-94

Foto: divulgação