A comunidade está se empenhando para doar itens para pessoas em situação de vulnerabilidade social. No inverno, as doações trazem mais conforto aos que precisam

Desde o início da pandemia, quando o índice de desemprego aumentou, um número de pessoas maior do que o habitual passou a precisar de ajuda. Após mais de um ano, com a chegada das temperaturas mais baixas, volta-se a pensar naqueles que por falta de roupas, sofrem com o frio.

A Campanha do Agasalho 2021 em Bento Gonçalves já está aquecendo moradores em situação de vulnerabilidade em diversos bairros do município. Com o slogan ‘Compartilhe Calor’, o Gabinete da Primeira-Dama é quem promove a ação de arrecadação de roupas.

Conforme a primeira-dama do município, Cláudia Remus, em Bento há uma comunidade que, sempre que convidada a ajudar, participa e demonstra solidariedade com toda força. “Isso é o que é mais bonito desta ação. Se todos compartilharem um pouquinho, poderemos fazer a diferença na vida de muitas famílias”, observa.

Cláudia destaca que frequentemente há procura de famílias que precisam de uma roupa para se aquecer no frio. “Sempre é necessário aumentar as doações. Precisamos, principalmente, de cobertores e roupas infantis”, indica.

Os itens estão sendo destinados para pessoas em locais identificados como de maior necessidade da doação e a campanha foi estendida para poder alcançar uma quantidade ainda maior de bento-gonçalvenses. “Se houver a necessidade de arrecadação de mais agasalhos, pode ser prorrogada novamente”, prevê.

Lar da Caridade

Outro local que tem auxiliado os munícipes, principalmente em situação de rua, é o Lar da Caridade, localizado no bairro São Francisco. A presidente da instituição, Erci Grapiglia, afirma que foi solicitado à primeira-dama que repassasse ao Lar algumas roupas masculinas. “Recebemos o ano todo e as pessoas doam. A gente, porém, tem bem menos moradoras de rua, muito mais homens e roupa de mulher sempre chega em grande quantidade. Um pedido feito é que se doe mais peças masculinas para socorrer o público que atendemos, pois não tem o porquê receber roupa feminina para deixar amontoada, acho que não é justo, tem que ser direcionado a quem realmente precisa”, acredita.

Erci salienta, ainda, que as pessoas estão mais conscientes sobre as doações. “Não é simplesmente fazer limpeza nos guarda-roupas. As pessoas estão doando roupas um pouco melhores, preocupando-se, lavando, entregando em uma condição de que outras recebam e possam usar. Antes a gente recebia muito lixo nas campanhas do agasalho. Parabenizo a população, que está tomando consciência de que a gente dá o que usaríamos”, ressalta.

A presidente do Lar faz um pedido especial para que os voluntários possam atender melhor quem solicita ajuda à instituição. “A gente precisa sempre de muita roupa íntima de homem: camiseta, cueca e meia, pois temos um sistema de que o morador de rua toma banho e precisa trocar de roupa. Não importa que esteja velhinha, contanto que esteja limpa, a gente tem a condição de vestir alguém”, salienta.

Sociedade Civil Nossa Casa

O Dirigente da Sociedade Civil Nossa Casa, Renato Rampazzo, explica que em época de inverno, sempre aumenta um pouco o fluxo de doações. “Desde o ano passado, em função da pandemia, acho que despertou um pouco mais o senso da população. A gente está recebendo mais, mas a demanda também aumentou”, sublinha.

Aos sábados, a instituição realiza um trabalho de assistência à população carente em diversos bairros. “No Municipal tem um senhor que é da comunidade da paróquia então ele conhece as pessoas que precisam. No Zatt temos um pastor que é nosso parceiro. Então, temos pessoas na comunidade e eles nos demandam. Se alguma família precisa de colchão, roupa ou alimentos, a gente distribui por meio deles”, esclarece.

Além da doação de roupas, a Nossa Casa trabalha com alimentos. “Temos quatro cozinhas comunitárias. Nos bairros a gente tem as mulheres que chamamos de ‘sopeiras’. Toda semana damos alimento para elas fazerem sopas e distribuírem à comunidade”, expõe.

A fome e o frio, segundo Rampazzo, são lacunas que a sociedade e o Poder Público deixam e que a solidariedade é necessária. “Tem a função de caridade, que a gente ajuda as pessoas, mas também tem o aprendizado para nós, de dar valor ao que temos em casa”, frisa.

Moradores que doam

O síndico do condomínio Villagio di Mônaco, Flávio Garcia, relata que moradores solicitaram a colocação de caixas no hall de entrada para a doação em 2021, ação que era comum antes da pandemia. Como solução, um Centro Espírita da cidade faz o recolhimento dos itens. “A gente realizava todos os anos essa campanha e ano passado não fizemos. Antes fazíamos as doações no asilo, onde as pessoas mais precisavam. Este no ano foi iniciativa dos residentes, eu e o zelador só organizamos. Vamos ajeitando para caber mais, porque é muita coisa. Aquelas caixas enchem em dois dias, de alimentos e de roupas”, conta.

Pontos de doação

  • Drive-thru de vacinação da Fundaprque
  • Prefeitura de Bento Gonçalves e Secretarias Municipais
  • Banco do Brasil centro
  • Banrisul – centro,Botafogo, Osvaldo Aranha
  • Paróquias: Santo Antônio, Cristo Rei, São Roque
  • Câmara Municipal de Vereadores
  • Escolas: Aparecida, Medianeira, Cenecista, IFRS
  • Subprefeituras de São Pedro, Tuiuty, Faria Lemos e Vale dos Vinhedos
  • Farmácia Flor Essência
  • Corpo de Bombeiros