Um cálculo preliminar, divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que a conta de energia elétrica poderá sofrer reajustes próximos aos 17%. O principal fator para a situação é a questão da crise hídrica que o Brasil vem enfrentando. Além do possível aumento significativo, não está descartado risco de racionamento de energia e possíveis apagões no ano que vem. O documento foi apresentado na segunda-feira, 16, pelo superintendente de Gestão Tarifária da Aneel, Davi Antunes Lima, em audiência pública na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados.

Segundo o dirigente, o agravamento da crise hídrica é o principal fator para o reajuste de até 16,88% nas contas de luz dos brasileiros, uma vez que nem as bandeiras tarifárias, que já incidem no valor final pago serão suficientes para cobrir os custos ocasionados pela utilização das usinas térmicas. Com isso, toda a despesa nesse sentido seria repassada aos consumidores brasileiros em 2022, com incidência de juros. De acordo com a Aneel, as bandeiras tarifárias não estão sendo suficientes e devem fechar 2021, com um rombo de R$ 8 bilhões.

Outros fatores que afetam o reajuste são a alta do dólar e a atualização de contratos antigos de 17 distribuidoras de energia elétrica. Segundo o superintendente, a Aneel já estuda medidas para reduzir os impactos nas tarifas do ano que vem. Entre elas estaria a antecipação para 2022 do aporte de recursos oriundos da privatização da Eletrobras, estimados em R$ 5 bilhões, e postergar novamente o pagamento da parcela de remuneração das distribuidoras. Segundo Lima, o período pós-pandemia deve intensificar a crise econômica.